“As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas. Mas o amor, na realidade, é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas”.
Segundo a escritora Martha Medeiros, temos a mania de achar que amor é algo que se busca.
Buscamos o amor nos bares, buscamos o amor na internet, buscamos o amor na parada de ônibus…
Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas plateias dos teatros.
Ele certamente está por ali, você quase pode sentir o seu cheiro, precisa apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível.
Pelo menos foi isso que lhe ensinaram; ensinaram que só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade.
Amor não é medicamento.
Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproximará. Caso o faça, vai frustrar sua expectativa, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza.
O amor não suporta a ideia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de autoestima.
Certamente você já ouviu muitas vezes alguém dizer: “quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu”. Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas.
O amor, ao contrário do que se pensa, não tem que vir antes de tudo: antes de estabilizar a carreira profissional, antes de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir do seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando, na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir diante de você sem máscara e sem fantasia.
É esta a condição.
É pegar ou largar.
Para quem acha que isso é chantagem, arrisco sair em defesa do amor: ser feliz é uma exigência razoável e não é tarefa tão complicada.
Felizes são aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem.
Felicidade é serenidade.
Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados.
O amor é o prêmio para quem relaxa.