Dois mil e vinte, que acabamos de inaugurar, é um ano político. É um ano de eleição. E em ano de eleição geralmente o tempo é de muita fartura. Para alguns, registre-se por oportuno.
Ano de eleição é aquele ano onde as dificuldades desaparecem como num passe de mágica. É como se o velho feiticeiro da aldeia guardasse as poções mais poderosas para este momento tão especial. Especial, registre-se mais uma vez, para poucos.
Já vimos esse filme muitas vezes nas últimas décadas. Ninguém pode negar esse fato.
As poderosas e milagrosas poções do velho pajé entorpecem as pessoas. E essas pessoas quando acordam já fizeram o que não deveriam ter feito.
Aí já tarde demais, Inês é morta.
Não resta dúvida de que a realização de eleições, seja para prefeitos e vereadores, seja para deputados e senadores, seja governadores e presidente da República, aumenta a expectativa de mudança no cenário político. No Piauí não.
No Piauí já se sabe antecipadamente quem será o prefeito e quem serão os vereadores eleitos em 2020.
Faltando quase três anos também já sabemos quem serão os deputados e o governador do estado em 2022.
No Piauí o eleitor se conforma em apenas confirmar o veredito e os nomes escolhidos por antecipação. Até quando, sinceramente, ninguém sabe.
É preciso quebrar a mandinga, é preciso quebrar as velhas urucubacas originárias dessas poções poderosas do velho curandeiro.
Mandingas e urucubacas que levam muitos de nossos eleitores ao ceticismo e ao conformismo; que nos levam a acreditar que tem que ser assim mesmo. Que nos levam acreditar que corrupção é inerente a política brasileira.
Estamos sendo enganados.
Por estes que pensam e agem assim, estamos pagando muito caro.
O real sentido da democracia está exatamente na possibilidade de o cidadão, o eleitor, exercer a soberania popular, que se materializa pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto na escolha dos governantes.
Voto sempre foi e continuará sendo para sempre o mais importante instrumento de mudança política e social de um país, de um estado e de um município. O eleitor precisa saber disso.
O eleitor precisa saber que diante da liberdade e da igualdade no exercício do voto, é fundamental que o voto seja consciente, pois essa consciência vai ser decisiva para o futuro de todos nós, piauienses e brasileiros.
A hora do voto é um dos raros momentos em que todos se igualam. É o momento onde não há diferença de raça, de sexo ou condição financeira; é o momento onde não há distinção entre grupo ou classe social.
O voto tem o mesmo peso, tem o mesmo valor.
E se é assim, por que desperdiçar este momento único?
Pense nisso!
Ainda há tempo!