Abro a semana com um tema enfadonho, porém necessário.
Volto a falar sobre o futuro do Piauí.
O futuro do Piauí sempre foi motivo de preocupação crescente nossa e de boa parte da população.
Não sem razão.
Há tempos entra ano e sai ano e é possível perceber de forma clara que o estado não consegue avançar em nada. Pelo contrário, estamos regredindo com o avançar do tempo.
Deixamos 2019 para trás, mas entramos em 2020 com as mesmas mazelas de anos anteriores.
Entramos 2020 com falta de energia e de água. Entramos em 2020 com estradas quebradas e com servidores com salários e 13º atrasados. Entramos em 2020 com hospitais públicos em estado terminal, sem condições de oferecer atendimento à população.
E o pior. O estado está falido, como consequência de tantos anos de pindaíba, de improvisação e da falta de iniciativa eficiente para sua recuperação.
O Piauí vai continuar vivendo de empréstimos, infelizmente.
A grande saga do governo estadual daqui para frente, sem dúvida, será convencer banqueiros a emprestar mais dinheiro ao Piauí.
Diante disso, diante de um quadro de catástrofe anunciada, o que fazer? O que fazer para que o Piauí possa mudar de rumo? Afinal, como sair dessa encruzilhada?
São Francisco de Assis ensina que devemos começar fazendo o que é necessário, depois fazendo o que é possível. Agindo assim, de repente você estará fazendo o impossível.
Mas para tudo isso existe a necessidade do primeiro passo. Não se faz nada sem um primeiro passo.
Sem esse primeiro passo nada feito.
O Piauí precisa se reinventar urgentemente e também precisa de um primeiro passo.
Precisa deixar de lado o calendário eleitoral e estabelecer prioridades e aplicar correta e honestamente os parcos recursos de que possa vir a dispor.
O Piauí não pode mais conviver com o improviso oportunista em detrimento de um planejamento sério.
Precisamos descer das nuvens e pisar no chão. Precisamos acordar desse sonho que nos fizeram sonhar. Precisamos entender que sonho é o que é, apenas um sonho.
O Governo – principalmente ele – também precisa acordar, precisa pisar no chão e sentir que a realidade é bem diferente do que um dia imaginou.
O sonho há muito acabou.
Só mesmo os que ainda estão embevecidos pelos encantos do poder não querem acordar para a realidade.
Já perdemos muito tempo tentando trocar os pneus de uma velha rural. Não deu certo.
Foi essa insistência em andar em carro velho que nos trouxe aos trancos e barrancos até aqui.
O governo preferiu perder tempo e gastar dinheiro com um carro velho, quando deveria ter investido no novo, no futuro.
Andamos tanto de carro velho que agora não sabemos sequer dirigir um carro novo.
Mas sempre existe um primeiro passo. Até mesmo para aprender a dirigir.