Só não tem jeito para a morte. O resto tudo se resolve.
Quem nunca ouviu uma frase assim?
Todos nós já ouvimos isso em algum momento, com certeza.
Mas, se é assim, por que não conseguimos dar um jeito em tantas coisas?
Já que só não tem jeito para a morte, por que não damos um jeito no Brasil? Por que não damos um jeito neste velho Piauí cansado de guerra?
O Brasil e o Piauí são dois exemplos clássicos de coisas ou estado de coisas que podem mudar para dar certo.
Por que, então, não damos um jeito nos baixos salários do trabalhador brasileiro?
Se ainda não morremos, se continuamos vivos, o que falta para que se mude a ordem das coisas?
Outro exemplo clássico é a política. Se só não há jeito para a morte, por que não damos um jeito na politica nacional?
A morte é uma coisa que, por mais que você tente, um dia vai chegar. Não adianta se esconder, nem fugir. Não há escapatória. Ela virá.
Mas para que as coisas deem certas, o melhor caminho é procurar uma solução que seja viável e aplicável. E para se encontrar uma solução viável e aplicável o jeito é procurar.
Quem procura acha, dizem.
Para o Brasil dar certo, por exemplo, recomenda-se que a política partidária volte a ocupar seu espaço no quadrado que lhe foi destinado para o período eleitoral.
Quem vence governa!
Quem perde vai para a oposição.
Esta sempre foi a razão da política partidária.
Foi. Não é mais.
No Brasil de hoje quem ganha nem sempre leva. Tem que dividir o poder, inclusive com quem não tem votos.
Mas, se só não tem jeito para a morte, por que não encontrar um meio termo nessa história toda?
Com certeza falta interesse de lado a lado.
Provavelmente, muito provavelmente, não há ninguém procurando uma solução para isso.
O caso do Piauí é semelhante.
O Piauí nunca deu certo porque falta o interesse de muitos para que ele dê certo.
O Piauí é assim porque muitos, com certeza, estão se dando bem e por isso não há o mínimo interesse em mudar.
Como dizia Camilo da Silveira, lá pelos anos 60, pra que mudar, se tudo está tão bom?
São os que pregam abertamente a continuidade, a perpetuação no poder.
São os que acham que não há necessidade de mudanças; são os que acham que está tudo bem e que as coisas são assim mesmo.
Tudo tem jeito, só não tem jeito mesmo para a morte.
E para o Brasil.
E para o Piauí.