O radicalismo instalou-se com muita força no Brasil dos últimos anos e não dá mostras de querer ir embora.
Da ultima eleição presidencial para cá a divisão entre os brasileiros se aprofundou cada vez mais. A cada dia percebe-se claramente que o radicalismo cresce.
Os brasileiros não são mais irmãos, são inimigos; quando não são inimigos são pelo menos adversários furiosos.
Quem conheceu o Brasil nos anos 70, em pleno período de ditadura militar, se assusta.
Naquele tempo, muitos lutavam contra o regime. Lutavam com as armas de que dispunham, promoviam a guerrilha e atentados em nome de uma ideologia, mas preservavam as amizades.
Mesmo naquela época, cheia de dificuldades, existia a figura do amigo e se praticava mais a solidariedade.
Mas a coisa mudou. E como mudou.
Se naquela época os poucos desentendimentos geralmente aconteciam por conta do futebol, hoje se briga por tudo, principalmente por política e políticos.
Brigamos até mesmo pelo uso ou não de determinados medicamentos de combate ao coronavirus.
Onde já se viu isso?
Até parece que determinado segmento da população quer a morte daqueles que deixaram de lhe ser simpáticos por ter usado o legitimo, o sagrado e democrático direito de escolher um candidato.
Que democracia é essa, afinal?
Falamos tanto em democracia, mas diariamente oferecemos exemplos e mais exemplos que não sabemos praticar a democracia.
É a tal história do falar é fácil.
Difícil mesmo é a prática.
Difícil mesmo é praticar a democracia no Brasil.
Continuamos cultivando velhos ranços;
Continuamos achando que democracia é um negócio muito bom, mas no quintal dos outros. No nosso quintal não.
Muitos insistem em praticar a democracia da mão única, mas democracia de mão única é uma utopia, não existe.
A democracia sempre será um sistema de mão dupla. Será um sistema onde você pode ir, mas também pode voltar, se quiser.
A democracia não é e nunca será um regime de uma só voz ou de um só pensamento.
A democracia será sempre um regime plural.
Na democracia todos têm direito à voz; todos têm direito a um pensamento.
Todos têm direito ao pensamento. E o melhor: todos têm o direito de expressá-lo sem medo, sem qualquer tipo de receio.
Na democracia, ter pensamento diferente não é crime; ninguém pode condenar ninguém por pensar de forma diferente.
O regime que adota o pensamento único não é democrático, é um estado ditatorial.
Se a democracia te garante a voz, o direito de falar e se expressar, a ditadura faz exatamente o contrário.
A ditadura te nega o direito de falar e cala a tua voz.
É hora de aprender a separar o joio do trigo.