Alunos de instituições federais de ensino protestaram nesta segunda-feira (06), na Bahia e no Rio de Janeiro, contra o corte de verbas anunciado pelo Ministério […]
Alunos de instituições federais de ensino protestaram nesta segunda-feira (06), na Bahia e no Rio de Janeiro, contra o corte de verbas anunciado pelo Ministério da Educação.
Em Salvador, uma manifestação contra os cortes reuniu cerca de quinhentas pessoas na Universidade Federal da Bahia.
No Rio, alunos, pais e funcionários protestaram em frente ao Colégio Colégio Militar da Tijuca, na zona norte da cidade, onde eram celebrados os cento e trinta anos da instituição. Com cartazes e gritos de ordem, eles contestavam a decisão do MEC e pediam melhorias na área da educação.
“Nossa escola está sem professor, sem alimentação, sem bandejão. E vai cortar ainda mais?“, indagou um dos estudantes.
Enquanto isso, há poucos metros do grupo de manifestantes, dentro dos muros da escola, o presidente Jair Bolsonaro participava da cerimônia, ao lado de outras autoridades. Durante o discurso, o presidente afirmou que pretende construir mais escolas militares pelo país.
“Os colégios militares são exemplos de ensino e excelência para a educação brasileira. Pretendemos, junto aos ministérios da Defesa e Educação, implantar um colégio militar em todas as capitais do Brasil“, declarou.
O bloqueio de trinta por cento no orçamento da educação foi informado na semana passada. No total, serão repassados cinco bilhões de reais a menos para as instituições.
Segundo os reitores, atualmente, as universidades federais já trabalham no limite, com um orçamento enxuto. Na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, por exemplo, o valor repassado não tem sido suficiente nem mesmo para as despesas básicas.
“Sem considerar esse contingenciamento, nós já estamos com dificuldades de pagar em dia a energia elétrica e os pagamentos das empresas terceirizadas“, relatou o reitor da UFF, Antônio Cláudio Lucas da Nóbrega.
Na Universidade Federal do Rio (UFRJ), a maior do país, o bloqueio da verba pode vir, inclusive, a prejudicar a formação de profissionais.
“Nós não formamos apenas bons técnicos, nós formamos pessoas que analisam, pensam e buscam soluções. E isso, num país como o Brasil, é extremamente necessário“, disse Roberto Leher, reitor da UFRJ.
Segundo o Ministério da Educação, o bloqueio foi delimitado para evitar novos investimentos. “É uma forma preventiva para que não sejam iniciadas novas obras e elas parem ao longo do caminho. Esse contingenciamento não impacta a assistência estudantil. Nossos estudantes precisam ficar tranquilos“, declarou Arnaldo Lima, secretário da Educação Superior do MEC.