26/11/2024

Vamos esquecer o ódio

30 de julho de 2020

Nélson Mandela, o mais importante líder  da África negra, nos ensinou que ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou por sua religião.

Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o ódio.

A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta.

A lição do ex-presidente da África do Sul continua atual e cai como luva na situação que vivemos no Brasil.

De repente o brasileiro trocou a sua alegria contagiante – conhecida no mundo inteiro como uma de nossas grandes virtudes – por um ódio mortal ao próprio brasileiro.

Nós estamos, por mais cruel que possa parecer, odiando a nós mesmos.

Estamos tomando como inimigos nossos próprios vizinhos, nossos próprios amigos,  nossos irmãos.

Estamos nos deixando levar por uma situação de intolerância jamais vista no país.

Na verdade, a humanidade vive um momento muito estranho.

E o Brasil talvez esteja vivendo reflexos dessa onda de intolerância.

Os exemplos brasileiros podem ser vistos a olho nu, na rua ou em qualquer outro lugar.

São exemplos claros de nossa intolerância e do nosso ódio o nosso próprio comportamento político.

E o pior.

Não nos tornamos intolerantes em nome de uma causa.

Nossa intolerância vem da defesa inconsequente que fazemos de figuras de caráter duvidoso e de honestidade suspeita.

São figuras que, apesar de tudo, ainda são consideradas estadistas, são consideradas homens de estado, homens ativamente envolvidos em conduzir os negócios de um governo.

São figuras que chegam a ostentar acintosamente uma áurea de santo.

São pessoas, na verdade, que procuram oferecer falso brilho a um caráter que não possuem.

Ninguém pode ser impedido de se manifestar livremente, afinal vivemos num regime democrático.

E esse regime nos garante o livre direito de manifestação.

Mas o bom senso recomenda-nos mais cuidado e atenção na hora da defesa de pessoas, principalmente no Brasil.

Como diz Mandela, se temos capacidade de aprender odiar o próximo, com certeza também temos capacidade para aprender a amar alguém.

Vamos então nos valer dessa condição, desse potencial de aprender, para reaprender o que é diálogo, vamos reaprender o quer é conversar, o que é ter amigos.

Só assim poderemos reconstruir um caminho que nos leve ao entendimento, que nos leve àquele entendimento tão necessário para se definir o que costumamos chamar de bem comum.

Um bem comum que atenda a todos nós.

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