Ah! Agosto porque você não muda, passa ano e mais ano és agosto do desgosto… Mas quem dera a culpa fosse somente sua.(Nathalia Moretti)
Agosto é um mês atípico aqui no Brasil, Os fatos comprovam isso. E tanto é assim que agosto é chamado por muitos de mês do desgosto e por outros tantos de mês das tragédias, principalmente das tragédias políticas.
Por isso mesmo os políticos brasileiros não gostam de agosto. Eles cruzam os dedos e batem na madeira constantemente nesta época.
Se pudessem, acredito, até mudariam o calendário retirando dele para sempre o mês de agosto.
Foi em agosto de 1954, por exemplo, que o presidente Getúlio Vargas disparou um tiro no próprio peito para – como deixou escrito em sua carta testamento – sair da vida e entrar na história.
Pressionado por políticos e militares foi o caminho que Getúlio encontrou para pôr fim a uma crise que ameaçava incendiar o Brasil.
Foi no dia 25 de agosto de 1961, Dia do Soldado, que Jânio Quadros renunciou à presidência da República, depois de se eleger prometendo varrer a corrupção no Brasil.
Foi no dia 22 de agosto de 1976 que morreu Juscelino Kubistchek de Oliveira, o construtor de Brasília e o mais popular de todos os presidentes brasileiros. Juscelino morreu em acidente de carro, na Via Dutra, quando se dirigia para o Rio de Janeiro. Ainda hoje há quem acredite que Juscelino, na verdade, foi assassinado pela ditadura militar.
Foi em agosto que morreu Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e candidato a presidência da República.
Foi em agosto também que morreu seu avô, Miguel Arraes, outro grande nome da política brasileira.
Também foi em agosto que a Polícia Federal prendeu José Dirceu, homem forte do governo petista de Lula, acusado de comandar o esquema do mensalão e que ainda hoje prega a tomada do poder. Pela força, que seja.
Os exemplos mostram que agosto é um mês que já deixou profundas marcas na história política brasileira.
Mas, como tudo segue, chegamos mais uma vez ao mês de agosto e muito provavelmente ele deixará novas marcas.
Para muitos, principalmente para muitos políticos, o oitavo mês dos calendários Juliano e Gregoriano poderia muito bem ser eliminado na política brasileira.
Para a polução, no entanto, ele serve para lembrar que nem tudo é eterno. Serve para lembrar, principalmente aos arrogantes que se consideram donos do poder, que tudo passa.
E como passa.
De qualquer forma neste primeiro dia útil de agosto, até por prevenção, não custa nada bater na madeira.
(Toctoctoc)
E dizer em voz alta:
– Pé de pato mangalô três vezes!
Por um agosto de gosto. E por gostos sem desgostos.