Costumamos homenagear os mais diversos segmentos da sociedade.
Homenageamos o professor, a criança, o Piauí; homenageamos personalidades, políticos.
Hoje, nossa homenagem vai para um ser muito especial, singular mesmo. Um ser respeitado por muitos, mas que às vezes é tido como louco, lunático, desocupado, vagabundo…
Homenageamos hoje o poeta. Fernando Pessoa, o grande poeta português, dizia que o poeta é um fingidor, finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.
Outros menos famosos dizem que o poeta é orgulhoso, mas o orgulho dos poetas não passa de defesa; a dúvida atormenta até mesmo os melhores; eles necessitam de nosso testemunho para não se desesperarem.
A poesia é a arte de materializar sombras e de dar existência ao nada;
Da Costa e Silva, o poeta maior do Piauí, dizia que o poeta nasce poeta:
Quando nasci, o Destino
Fez-me poeta, ainda no berço;
Tanto assim que, pequenino,
Minha mãe, rezando o terço,
Pensava no meu destino,
Entre os vaivéns do meu berço…
O poeta é, na verdade, um iluminado.
Só o poeta consegue ver através das coisas, pode ver o sentimento.
Só o poeta ler com os olhos e sente com a alma; só ele e mais ninguém tem essa capacidade de compreender aquilo que fisicamente não existe.
Para o poeta sorocabano Ulisses Tavares, só o poeta consegue enxergar o que ninguém vê.
O poeta nos faz enxergar, sentir, amar e ver o belo no simples.
Só o poeta é capaz de definir com perfeição uma saudade, porque a poesia é a arte de materializar sombras e de dar existência ao nada.
Segundo Ataíde Lemos, escritor paulistano, um poeta romântico nos faz viajar no amor; um poeta social, crítico, nos faz refletir nossas atitudes; um poeta nostálgico nos faz viajar dentro de nosso interior saudoso; um poeta da terra nos faz desfrutar da beleza que há na natureza num simples som de um riacho, num cantar de pardal.
O poeta e a poesia são fundamentais para as emoções dos seres humanos.
Como escreveu uma poetisa portuguesa:
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim…
É condensar o mundo num só grito!