Costumamos sempre colocar a culpa em outra pessoa.
Até a nossa própria culpa às vezes tentamos atribuir a alguém, tentamos jogar para responsabilidade de outro.
Às vezes a culpa é do vizinho, é do amigo, é do adversário, é do inimigo, é de quem já morreu.
Isso é uma coisa natural entre nós.
Nunca aceitamos a nossa própria culpa.
Se o Brasil está ruim a culpa é dos políticos; Se o Piauí está ruim, a culpa é dos políticos.
Os políticos são os culpados, os políticos são os ladrões, o presidente é incompetente.
Não estamos contando uma inverdade.
Os políticos são realmente culpados.
Só que eles não são os únicos culpados.
Nós também somos culpados.
E como somos culpados.
Precisamos aceitar isso.
Precisamos aceitar e entender também que temos sim culpa nessa confusão toda.
Precisamos aceitar e entender que somos os principais responsáveis pela eleição de todos eles – do presidente ao vereador.
Somos culpados porque em muitas ocasiões fizemos vista grossa para muitas coisas.
Fingimos não ver aquele amigo que vende o voto em troca de um pequeno favor;
Fingimos que ao votar em candidatos amigos estamos votando pelo bem do país;
Enfim, fingimos sempre que estamos agindo de forma correta quando colocamos como nossos representantes pessoas de comportamento duvidoso.
Erramos quando fingimos acreditar em determinados discursos ou quando acreditamos em promessas milagrosas – promessas que sabemos perfeitamente que jamais serão cumpridas.
Foram erros assim que fizeram com que o Brasil chegasse a esse ponto.
O voto é nosso.
Como ninguém pode votar em seu nome, você é o culpado.
O voto que levou a tudo isso foi o seu voto, foi o meu, foram os votos de todos nós.
Assim somos culpados também por tudo de ruim que aconteceu e por tudo de ruim que continua a acontecer.
Não somos santos nesse processo todo.
Engana-se quem pensa o contrário.
Mas ainda temos tempo para o arrependimento.
Se o arrependimento é o caminho que nos leva de volta a Deus, como nos ensina a Bíblia, é também o caminho que pode nos levar de volta a dias melhores.
Dias melhores para nossos filhos, que no futuro terão mais saúde, mais educação e mais segurança;
Reconhecer o erro, reconhecer que aquele erro prejudicou alguém, é sem dúvida o primeiro passo para um arrependimento verdadeiro.
E o arrependimento verdadeiro vai nos obrigar mais à frente a pensar melhor na hora em que novamente seremos colocados frente a frente com a urna.
Arrependidos, com certeza seremos mais cuidadosos no futuro; seremos, inclusive, mais cuidadosos na hora do voto.
Saberemos escolher melhor.
Saberemos, finalmente, o que é joio e o que é trigo.