Em entrevista à Teresina FM nesta terça-feira (22), o médico dermatologista Lauro Rodolpho fala sobre o Dezembro Laranja, criado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia com o objetivo de conscientizar a população acerca dos riscos da exposição desmedida ao Sol e da gravidade dos cânceres de pele. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele responde por cerca de 33% dos diagnósticos de câncer no Brasil, sendo registrados, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos.

Dezembro Laranja atenta para a proteção contra raios solares. (Foto: Divulgação/SBD)

Lauro destaca que os piauienses, por viverem num estado com altíssimos níveis de radiação solar, devem ter cuidado redobrado, especialmente nessa época de final de ano em que muitas pessoas aproveitam os feriados para ir à praia. Na praia, a exposição solar é muito maior e mais perigosa, tanto devido à vestimenta que, diferentemente da do dia a dia, costuma ser menor e deixar o corpo muito mais exposto; quanto pelo tempo de exposição ininterrupta ao sol.

Portanto, ao invés do uso do protetor normal que deve ser utilizado no dia a dia, na praia deve-se usar um protetor muito mais potente, com fator de proteção maior e resistência à água, colocando sempre 30 minutos antes da exposição e repondo após banho ou sudorese.

O câncer de pele pode se manifestar de maneiras diferentes. (Foto: Reprodução/G1)

O médico ainda chama atenção para o cuidado com as crianças, que é o principal tema da campanha Dezembro Amarelo este ano. De acordo com estudos, o efeito da radiação solar é cumulativo na pele humana, de modo que alguém que sofre exposição desmedida ao Sol desde criança terá mais chances de desenvolver doenças de pele no futuro, e até mesmo um câncer.

Em relação aos cuidados cotidianos, o dermatologista reitera que é ainda mais importante manter uma rotina do que se preocupar apenas na praia, onde se vai apenas periodicamente. O estado do Piauí, devido à proximidade com a linha do Equador, apresenta incidência de radiação solar muito alta mesmo em horários matutinos quando o “Sol ainda está fraco”, como se diz popularmente.

Ainda de acordo com Lauro Rodolpho, não adianta sair de casa cedo para fazer uma caminhada ao Sol da manhã porque a sensação térmica é mais branda, ao não usar o protetor solar, se está sujeitando a danos causados pela radiação.

Protetor solar é imprescindível tanto na praia quanto na rotina. Foto: Reprodução/Veja.

Por fim, o médico dermatologista Lauro Rodolpho chama atenção para a radiação infravermelha, que está relacionada ao calor da luz solar e do vapor acumulado em locais fechados. Esta radiação também causa danos à pele como pequenas queimaduras, vermelhidão, rosáceas, melasmas, entre outros. E dá dicas de importantes passos de cuidado com a pele para evitar os danos solares ao máximo, sendo eles: usar um bom protetor solar, de preferência após consulta com dermatologista, e utilizá-lo diariamente, assim que acordar e sempre repor no intervalo de duas horas, em todas as partes do corpo que forem expostas. Também indica o uso de roupas especiais com proteção ultravioleta caso se faça atividade de longa exposição ao sol, e beber sempre bastante água, em todos os momentos do dia.

Por: João Pedro Bezerra (estagiário)