Os dados foram copilados em um levantamento feito por cientistas da USP (Universidade de São Paulo) em parceria com grupos da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Quatro meses desde o início da vacinação contra a covid-19, o Brasil ainda atravessa uma baixa cobertura vacinal nos grupos prioritários, com apenas 6,5% da população com comorbidades abaixo dos 60 anos imunizada com a primeira dose. Os dados foram copilados em um levantamento feito por cientistas da USP (Universidade de São Paulo) em parceria com grupos da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
De acordo com a pesquisa que a alisa o cenário nacional de vacinação contra o coronavírus baseado em dados da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), extraídos em 18 de maio, o percentual de 6,5% é referente a menos de 2 milhões de pessoas. O grupo de brasileiros com comorbidades é estimado em pelo menos 31 milhões de pessoas em todo o país.
Já o percentual de idosos com mais de 80 anos que não completaram a segunda dose é de 45%. Segundo o estudo, houve um aumento de apenas 2% na cobertura de segunda dose ao longo da última semana analisada pela pesquisa.
Em todo o país, 30% dos idosos de 70 a 79 anos ainda não receberam a segunda dose. No grupo dos profissionais de saúde, que também é prioritário, um total de 36% ainda não recebeu a segunda dose.
Na perspectiva dos cientistas, a dinâmica de imunização contra o coronavírus não deve ser orientada apenas por um calendário de sucessão de dias, baseado em idade, além de condições de saúde e profissões. Os pesquisadores citam que as metas de cobertura, para a obtenção de níveis de imunidade suficiente, deveriam ser adotadas pelo Brasil, assim como foi feito em outros países.
“No Brasil, o indicador vem sendo equivocadamente considerado irrelevante. Doses distribuídas e administradas são informações fundamentais, mas só fazem sentido como estratégia de enfrentamento da pandemia se forem acompanhadas por coberturas definidas e metas alcançadas”, diz um trecho do estudo.
Os cientistas apontam, ainda, que a inclusão de novos grupos prioritários não deve impedir a continuidade do acesso de idosos, profissionais de saúde e pessoas com comorbidades a ter acesso aos imunizantes ou acessarem de forma parcial.
“É uma ilusão supor que o Brasil avança nas coberturas vacinais somente porque um novo grupo foi convocado, sem que as populações prioritárias anteriores tenham sido efetivamente imunizadas”, alerta outro trecho da pesquisa.
Fonte: UOL Noticias