Metade da população mais pobre figura entre os grupos que mais sentiram os impactos da queda de renda média no país
Mesmo com o Produto Interno Bruto (PIB) voltando aos patamares pré-pandemia, apesar de ainda ter apresentado retração na última divulgação, o mercado de trabalho do país segue em níveis alarmantes, piores do que os atingidos antes do início da pandemia do novo coronavírus.
Isso porque, segundo o economista Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Social, a renda média do brasileiro, incluindo informais e desempregados, atualmente está 9,4% abaixo do nível do final de 2019. O número é ainda mais sentido entre a metade mais pobre da população, cuja perda de renda é de 21,5%.
Ainda de acordo com Marcelo Neri, a causa da queda de renda da metade mais pobre da população se deu em decorrência do aumento do desemprego, cujo efeito impactou em uma queda de renda de 11,5%.
“A redução de renda dos ocupados fruto da aceleração da inflação e do próprio desemprego e a redução da jornada de trabalho completam a queda de renda dos pobres entre o último trimestre de 2019 até o segundo trimestre de 2021 como aproximação dos efeitos totais da pandemia”, explica o economista.
Além da metade mais pobre da população, foram os idosos os que sentiram os maiores impactos no orçamento, com recuo de 14,2% na renda média. Segundo a FGV, isso se explica pois os idoso perderam espaço por terem que se retirar do mercado de trabalho em função da maior fragilidade em relação à Covid-19.
Depois aparecem os nordestinos, que tiveram 11,4% de perda de renda em relação ao final de 2019. A nível de exemplo, essa perda na região Sul foi de 8,4%.
Em seguida aparecem as mulheres que precisaram ficar com seus filhos em casa, que tiveram redução na renda de 10,35%, contra 8,4% entre os homens. Todos esses grupos citados tiveram quedas superiores às da média (-9,4%).
Fonte: CNN Brasil