O oftalmologista ressaltou que houve redução do transplante de córneas durante a pandemia
O mês de setembro, além da conscientização sobre a vida e a saúde mental, representadas pela cor amarela, também é dedicado à promoção da doação de órgãos, simbolizada pela cor verde. Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, desde o início da pandemia de Covid-19, 43 mil pessoas se encontram à espera do procedimento, enquanto a taxa de mortalidade aumentou de 10 para 30%.
Em entrevista ao JT1 da Teresina FM, o médico Daniel Silveira, membro da Sociedade Piauiense de Oftalmologia, destacou a importância do transplante de córnea. “Dentre os casos mais comuns, há pacientes com infecções oculares, síndromes de distrofia na córnea, que utilizam colírios inadvertidamente ou foram submetidos a uma cirurgia de catarata malsucedida”, elencou.
Segundo o oftalmologista, houve uma redução significativa da doação de córneas eletivas, ou seja, não urgentes, durante a pandemia. Por outro lado, aumentaram os casos de transplantes urgentes, como pacientes que evoluíram para glaucoma e outros traumas.
Questionado sobre os empecilhos para tornar-se um doador, Silveira ressaltou a necessidade de o indivíduo tornar explícito seu desejo ainda em vida, para que assim os familiares estejam cientes após sua morte. Observou também a elaboração de campanhas, como a do Setembro Verde, que incentivem a prática, além da contribuição de assistentes sociais na orientação às famílias.
Em casos de ardência, irritação e/ou vermelhidão nos olhos, afirmou que os pacientes devem procurar um oftalmologista e seguir suas indicações. Silveira alertou ainda para o uso específico de colírios lubrificantes, prescritos pelo médico, e a ineficiência do soro fisiológico, que pode causar infecção por micro-organismos nocivos.
“A orientação geral é que, ao sentir desconforto na região dos olhos, o indivíduo deve recorrer a um médico geral, o qual lhe direcionará a um oftalmologista. Precisamos cuidar das janelas da nossa alma”, completou.