Atualmente há 110 amostras sequenciadas de pacientes do Piauí e até o momento não houve identificação de linhagem Delta
Relatório produzido pela Fiocruz, após recebimento dos resultados do sequenciamento genético de 100 amostras de pacientes do Piauí, enviadas à instituição, apontam que não há registro de pessoas infectadas com a variante Delta no estado.
As amostras foram encaminhadas ao laboratório da fundação em Pernambuco, depois de constatada alteração na carga viral dos pacientes infectados pelo coronavírus, em exames RT/PCR. O secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto, destaca que não há casos registrados.
“Este sequenciamento genético no possibilita saber quais variantes circulam em nosso estado, felizmente não registramos casos de Delta no Piauí. O trabalho conjunto das autoridades em saúde com as instituições científicas é fundamental na adoção de estratégias de enfrentamento à pandemia”, completou o gestor.
A coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa, pontuou que o Laboratório Central do Piauí (Lacen) seleciona as amostras que apresentarem quantidades altas do vírus durante os testes de diagnóstico de PCR, uma vez que isso aumenta a chance de o procedimento ser bem-sucedido.
“Além disso, as amostras devem ser representativas por semana epidemiológica, incluindo casos não graves, graves e de óbito, e assim obter uma análise geral da situação da doença no estado”, salientou Costa.
Atualmente há 110 amostras sequenciadas de pacientes do estado do Piauí e até o momento não houve identificação de linhagem Delta (B.1.617.2) em nenhum material analisado. A epidemiologista explica que por meio do sequenciamento genético das amostras é possível compreender o histórico do vírus, detectar suas variantes, atualizar vacinas e discutir estratégias de enfrentamento à pandemia.
Segundo o relatório, das 100 amostras processadas foram obtidos 65 genomas com qualidade acima de 95% de cobertura e um genoma de 94%. Dentre os 66 genomas, todos foram identificados como da linhagem Gamma, também conhecida como variante P.1, onde duas amostras foram identificadas como da sublinhagem de Gamma P.1.7.
“Podemos perceber que a linhagem predominante é da P.1, inicialmente detectada em Manaus, nos casos das amostras do Piauí. Atualmente esta é a variante que mais circula no Piauí e dos casos que foram para sequenciamento genético, a maioria encontra-se na nas idades de 20 a 45 anos”, disse Amélia Costa.
Atualmente são reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde as variantes Alpha (B.1.1.7), Beta (B.1.135), Gamma (P.1) e Delta (B.1.617.2). A classificação das linhagens é dinâmica e estas podem ser alteradas futuramente mediante a uma nova versão do sistema de classificação.