Atualmente, o Piauí conta com 94 mil doadores cadastrados no banco de dados do Instituto Nacional do Câncer
A medula óssea, encontrada no interior dos ossos, contém as células-tronco que produzem os componentes do sangue, quais sejam, hemácias, leucócitos e plaquetas. Existem certas pessoas que necessitam de um transplante desse tecido, uma vez que apresentam doenças que comprometem a produção das células nele armazenadas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), há 5 milhões e 200 mil doadores disponíveis para o procedimento no Brasil.
Nesta sexta-feira (1º), a supervisora de captação de doadores do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi), Susanne Rocha, explicou em entrevista ao JT1 da Teresina FM as condições para tornar-se um doador de medula óssea.
“O indivíduo deve ter entre 18 e 35 anos, dirigir-se ao Hemopi, onde será coletada uma amostra de 50 ml de seu sangue, a qual será enviada ao Laboratório de Imunogenética da UFPI e, posteriormente, encaminhada à sede do Inca, no Rio de Janeiro”, pontuou.
Susanne salientou que a idade máxima, anteriormente 55 anos, foi reduzida por determinação do Ministério da Saúde, acatada pelo Hemopi. Comentou que a probabilidade de um paciente encontrar um doador na própria família é estimada em 35%, mas para isso o médico precisa encaminhar os familiares para dar entrada no processo.
A supervisora observou ainda que, além do Hemopi em Teresina, o estado também dispõe de hemocentros regionais em Parnaíba e Floriano. Segundo ela, o centro possui apenas o controle dos doadores cadastrados, mas não a lista dos que aguardam por transplante. Por esse motivo, apesar de 94 mil piauienses constarem no banco de dados do Registro Nacional de Doadores, pode haver uma certa lentidão na fila de espera.
A respeito do processo específico de doação, Susanne afirma que, após o cadastro do doador, seu mapeamento genético é enviado ao Inca e seus dados são cruzados com os dos pacientes no aguardo do transplante. Em caso de 100% de compatibilidade, uma série de exames médicos é realizada a fim de constatar as condições de saúde. Apenas então é feita a coleta, por meio de pequena cirurgia, custeada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que não oferece riscos ao doador. Este, aliás, é liberado um ou dois dias depois do procedimento.
Em seguida, a entrevistada destacou o trabalho do Centro de Captação de Doares, que promove palestras educativas sobre o processo e a importância da doação de medula óssea. “Se a única forma de curar aqueles que necessitam de transplante é a realização da cirurgia, estimulamos o cadastro de quem deseja prestar auxílio, em prol de salvar vidas”, concluiu.
Na capital do Piauí, o Hemopi está localizado na Rua 1º de Maio, 235, na região Centro-Sul, e funciona de segunda a sexta, das 7h às 18h, e aos sábados e feriados, das 7h às 17h. Mais informações podem ser encontradas em seu site ou por meio do telefone (86) 3221-3852.