Funcionários exigem das empresas de ônibus o cumprimento de suas obrigações trabalhistas
Motoristas e cobradores de ônibus anunciaram na última quarta-feira (27) uma nova greve do transporte público de Teresina. As atividades vão ser paralisadas a partir desta quinta-feira (28), de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintetro).
De acordo com o secretário de comunicação do Sintetro, Miguel Arcanjo, os trabalhadores apenas retomarão os serviços mediante o pagamento da convenção coletiva da categoria. “Entendemos que o tratamento dispendido a nós pelas empresas não é justo. Não temos certeza de como devemos receber nossas obrigações trabalhistas, asseguradas pela convenção”, declarou em entrevista ao JT1 da Teresina FM.
Arcanjo destacou que os funcionários do transporte público estão sem tíquete-alimentação e plano de saúde desde março de 2020, em meio ao início da pandemia de Covid-19. À época, o número de usuários diminuiu drasticamente; o sindicato, porém, entende que começa a ocorrer um aumento no fluxo de passageiros devido ao avanço na vacinação em massa.
“A motivação da greve é a recusa do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (Setut) em negociar conosco. Queremos apenas assegurar nosso direito a relações trabalhistas justas e definidas”, garantiu o secretário.
Apenas no mês de outubro, três paralisações dos serviços foram organizadas pelos funcionários do transporte público de Teresina. Todos os atos tiveram a intenção de cobrar ao Setut a assinatura da convenção coletiva da categoria, que prevê um salário de R$ 2.039,00 para os motoristas e R$ 1.288,00 para os cobradores.
Procurado pela Teresina FM, o Setut divulgou a seguinte nota:
Teresina tem enfrentado dificuldades no setor de transporte público e o impasse tem comprometido a prestação de serviços efetiva aos passageiros de ônibus da capital, principais prejudicados com a situação. O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) informa que tem realizado regularmente o cumprimento do acordo feito com a Prefeitura de Teresina, incluindo as questões trabalhistas com os motoristas e cobradores de ônibus.
As empresas já efetivaram na semana passada o pagamento do acordo realizado em Jan/21 entre Prefeitura e Sintetro, no valor de R$ 720 mil, como também já iniciou o pagamento das folhas que estavam em atraso. A frota da ordem de serviço acordada com o ente municipal tem sido cumprida e foi toda colocada à disposição dos passageiros do transporte coletivo de Teresina. Dessa forma, a entidade não vê quaisquer motivos para uma possível paralisação dos serviços, por parte dos trabalhadores.
O Setut reforça que a possibilidade de assinatura da Convenção Coletiva com os trabalhadores deve ser discutida em janeiro de 2022, conforme data base, determinada por lei. Naiara Moraes, consultora jurídica do Sindicato, destaca que o setor está focado em reerguer o sistema de transporte público.
“O Consórcio SITT e demais empresas não compactuam e nem tem participação na paralisação dos trabalhadores. Nos causa estranheza essa possível paralisação que somente irá prejudicar a população. Garantimos que as empresas estão cumprindo todas as duas obrigações trabalhistas. Importante ressaltar que a data base de assinatura da convenção coletiva está prevista somente para janeiro de 2022. O Setut tem cumprido o seu papel com a sociedade e reforçado a prestação de serviços com qualidade, eficiência e agilidade no atendimento aos passageiros da cidade”, disse.
O setor de transporte público de Teresina, infelizmente até o momento, só conseguiu alcançar 28% do passageiro transportado antes do início da Pandemia. Anteriormente, a quantidade de passageiros era cerca de 200 mil e atualmente ainda estão em 60 mil usuários efetivos.