Cubes ingleses têm inclusive pressionado a Premier League para suspender as partidas até janeiro
O aumento de casos de Covid-19 no oeste da Europa tem tido reflexos muito evidentes no futebol do continente. Estádios voltaram a ficar vazios, elencos voltaram a ter surtos, jogos foram cancelados, e alguns clubes ingleses têm inclusive pressionado a Premier League para suspender as partidas até janeiro.
No Reino Unido, o aumento dos números da Covid-19 tem sido meteórico. Desde quarta-feira (15), o país registrou três recordes consecutivos de novos casos de coronavírus, incluindo as 93.045 pessoas diagnosticadas na sexta (17) -o maior número diário em toda a pandemia.
Na Inglaterra, especificamente, cerca de 30% dos casos de toda a pandemia foram registrados neste mês de dezembro -mais de 2,8 milhões, ou 5% da população-, o que quer dizer que ao menos uma a cada 20 pessoas no país se infectou em pouco mais de duas semanas.
Nesta semana, a nova onda chegou com força ao futebol inglês, e três partidas da Premier League e uma da segunda divisão foram adiadas por surtos de Covid-19 nos times. Na sexta, a liga anunciou o adiamento de mais cinco jogos em cada divisão pelos mesmos motivos, de modo que o alastramento do vírus já tem impactos práticos no calendário.
O Manchester United, por exemplo, vive surto de Covid-19 no elenco e por isso teve dois jogos adiados nestes últimos dias. O clube ainda está vivo na Copa da Inglaterra e na Liga dos Campeões, por isso tem calendário cheio pela frente.
Pode não chegar a 91 partidas em um único ano, como o Palmeiras teve no Brasil em 2021, mas a temporada já reserva uma maratona de jogos para CR7 e cia. em algum momento para o time voltar a “estar em dia” com a agenda.
Alguns treinadores de clubes ingleses têm pressionado pela suspensão por completo dos jogos até janeiro. “Casos de Dovid-19 estão subindo, todos os clubes estão tendo problemas”, ponderou Thomas Frank, do Brentford.
Thomas Tuchel, do Chelsea, admitiu que cancelar apenas alguns jogos pode levar a uma situação injusta do campeonato; e Marcelo Bielsa, do Leeds, afirmou que “não gostaria de levar vantagem” contra um adversário desfalcado pelo coronavírus. Pep Guardiola não pôde falar sobre o assunto pois a entrevista coletiva foi cancelada após seu teste de Covid-19 dar resultado inconclusivo.
A exemplo do Reino Unido, a França também tem vivido aumento abrupto de casos de coronavírus: foram mais de 335 mil casos registrados na semana passada (de 6 a 12 de dezembro), o maior número semanal em toda a pandemia. A onda ainda não cancelou jogos da Ligue 1, mas pode ser apenas uma questão de tempo após Lille e Reims terem funcionários contaminados nos últimos dias.
Espanha e Itália têm tendência de alta, mas ainda estão longe da fase mais grave da pandemia. O espanhol Real Madrid lida atualmente com um surto da Covid. No total, seis atletas, entre eles o brasileiro Rodrygo, e um assistente técnico vão ficar em isolamento após contraírem a doença.
Na Alemanha, o pico dos casos parece ter sido na virada do mês, mas o futebol segue afetado pela pandemia: o público dos estádios está limitado a 15 mil no país todo, e alguns clubes têm tido jogos de portões fechados -como Bayern de Munique e RB Leipzig- devido às condições ruins de suas regiões.
Fonte: Folhapress