Ministro também determinou à Câmara Municipal do Rio que informe sobre eventual licença oficial do vereador
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta sexta-feira (4), que a Presidência da República informe as condições para a participação do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) na comitiva presidencial que esteve na Rússia no mês passado.
Moraes analisa um pedido feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para investigar Carlos e o assessor presidencial Tercio Arnaud, apontado como integrante do “gabinete do ódio” instalado no Palácio do Planalto. Os dois estiveram na comitiva presidencial que foi à Rússia com o Jair Bolsonaro (PL) em fevereiro.
Moraes determinou que o Planalto apresente as explicações em cinco dias.
O ministro quer que a Presidência informe “as condições oficiais de participação de Carlos Bolsonaro, vereador pelo Município do Rio de Janeiro, na comitiva presidencial que realizou a referida viagem internacional, inclusas as informações sobre os gastos realizados e eventuais diárias pagas, bem como a agenda realizada”.
Moraes também determinou que a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro apresente, em cinco dias, informações sobre “eventual licença oficial do vereador Carlos Bolsonaro para a realização da viagem internacional”.
A decisão se deu no inquérito que apura milícias digitais nas redes sociais que atacam a democracia.
O ministro rejeitou a posição manifestada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendeu que a investigação contra Carlos Bolsonaro fosse separada do inquérito das milícias digitais e feita individualmente, com uma nova distribuição de relator.
Para Moraes, as suspeitas envolvendo a ida de Carlos Bolsonaro à Rússia “guardam aparente relação com o objeto destes autos”.
“Como se vê, a despeito da manifestação do Parquet, os fatos noticiados guardam aparente relação com o objeto destes autos, sendo necessária a adoção de medidas para seu completo esclarecimento, especialmente por esta apuração se debruçar sobre atividade de organização criminosa, com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, resultando em ataques ao Estado Democrático de Direito, incluídos os ataques e ameaças ao sistema eleitoral brasileiro”, afirmou o ministro.
O senador Randolfe Rodrigues recorreu ao STF para que Carlos e Arnaud sejam investigados pela viagem. A suspeita do senador é que os dois possam ter ido à Rússia para obter informações a respeito do aplicativo Telegram.
Fonte: CNN Brasil