Segundo a presidente da entidade, continuidade do movimento será discutida em assembleia geral na próxima quarta (20)
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte-PI) decidiu manter a greve da rede estadual de ensino, que chega nesta terça-feira (19) ao seu 56º dia. O anúncio vem após o decreto expedido pelo Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), na última quarta-feira (13), que determina a ilegalidade do movimento dos educadores.
Ver essa foto no Instagram
De acordo com Paulina Almeida, presidente do Sinte, a categoria considera que a greve é justa e legal e o governo do Estado é quem estaria irregular por não conceder o aumento de 33,23%.
“A gestão estadual não cumpre a Lei do Piso e não obedece as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Buscamos, desde 2019, dialogar com eles e fazê-los entender a necessidade de valorização da nossa classe, pautada no tripé carreira, formação e condições de trabalho. Apenas queremos aquilo que é nosso direito”, declarou em entrevista coletiva à imprensa nesta segunda-feira (18).
Ainda segundo a líder da entidade sindical, a continuidade da greve será submetida mais uma vez ao crivo da categoria, que se reunirá em nova assembleia geral marcada para esta quarta-feira (20), às 8h30, no Clube Social do Sinte, zona Norte de Teresina.
Em 13 de abril, o TJ-PI suspendeu o movimento grevista do Sinte e estipulou multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento da ordem.
Os trabalhadores da educação, em greve desde 24 de fevereiro deste ano, cobra do executivo estadual o reajuste de 33,24%, referente ao novo piso do magistério, nos vencimentos, além do rateio do precatório (R$ 1,6 bilhão) do antigo Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef).
Ainda em dezembro do ano passado, a Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) aprovou um reajuste de 10%, proposto pelo então governador Wellington Dias (PT) para todos os servidores do Estado, incluindo os docentes.
Diante da resistência dos professores em aceitar a proposta, o executivo tentou uma última cartada, disponibilizar direto no vencimento 4,58% referentes ao auxílio-alimentação. Sob protestos de vários educadores, a matéria passou pelo crivo do parlamento estadual no mês passado.