Medida foi adotada devido à ausência de uma das testemunhas de acusação; audiência deve ocorrer em 23 de junho
O julgamento do tenente aposentado da Polícia Militar Pedro José de Oliveira, de 65 anos, acusado de assassinar a ex-esposa Marilena Pereira da Rocha em janeiro deste ano, foi suspenso na tarde desta quinta-feira (26).
A medida foi adotada devido à ausência de uma das testemunhas de acusação. Por essa razão, a 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina remarcou a audiência para 23 de junho.
Até essa data, o réu deve permanecer no presídio militar, onde se encontra preso de forma preventiva desde que cometeu o crime de feminicídio.
Marilena Pereira foi atingida com quatro disparos na região da cabeça no bairro Mocambinho e, a princípio, sobreviveu ao ataque efetuado pelo ex-marido Pedro José, de quem havia se separado há mais de 20 anos.
De acordo com populares que estiveram no local, o suspeito se aproximou de carro, desceu do veículo, derrubou a mulher da bicicleta e atirou na ex-esposa, fugindo logo em seguida. Imagens de câmeras de segurança revelam ainda que Pedro José rondou a casa da vítima no dia anterior ao crime.
Pouco tempo depois, as duas filhas de Marilena chegaram juntamente a uma ambulância do Serviço Móvel de Urgência (SAMU), que a encaminhou para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Entretanto, após cinco dias de internação, ela não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.
Para Yasklla Rocha, filha da vítima e do suspeito, a motivação da família é que a condenação máxima seja aplicada. “Esse crime não pode ficar impune, é uma questão de honra para a família e toda a sociedade. O sentimento é de que a justiça será feita”, afirmou à Teresina FM.
Yasklla acrescentou que os familiares não tinham contato com o tenente há mais de 20 anos e somente se encontravam em audiências, pois o pai nunca quis aceitar as medidas judiciais, em especial a pensão alimentícia.
“Nós nunca fomos próximos, sobretudo depois da separação. Ele sempre entrava com recursos para chamar a atenção da nossa mãe; ela, inclusive, tinha uma medida protetiva, renovada em dezembro do ano passado, e o crime aconteceu justamente em janeiro desse ano”, disse.
A filha de Marilena reforçou ainda que aguarda a exoneração da patente de Pedro José, a fim de que ele possa ser responsabilizado pelo crime de feminicídio como um cidadão comum.
“Exigimos uma explicação. Nossa mãe passou 20 anos nos estabilizando emocionalmente, pois quando eles se separaram nós éramos muito novos. Creio que ele sequer saiba como é a nossa fisionomia. Acredito que não houve nenhum arrependimento da parte dele”, concluiu.