Garantir as compras e economizar são palavras-chaves para o brasileiro de baixa renda
Matéria de Eduardo Costa
Essa é a segunda e última de uma série de reportagens sobre o preço dos alimentos no Brasil. Na primeira, você viu que diversas famílias passam por dificuldades para comprar itens essenciais no supermercado devido ao aumento dos custos.
Com a crise econômica enfrentada pela população, quando se trata de alimentação, também são necessárias estratégias para aproveitar ao máximo cada alimento.
Garantir as compras e economizar são palavras-chaves para o brasileiro de baixa renda no atual cenário. Dentro do contexto, aproveitar ao máximo cada alimento é primordial, como destaca a nutricionista Luana Ferraz.
“A crise econômica que o país enfrenta afeta diretamente uma alimentação da população, e algumas estratégias podem ser utilizadas para o enfrentamento dessa crise de segurança alimentar. É muito importante aproveitar integralmente os alimentos. Utilizar cascas e talos, que muitas vezes são descartados, pode ser uma boa alternativa, além de ser bem sustentável. A variação entre os tipos de proteínas pode tornar mais barato a alimentação, como a substituição da carne vermelha por frango ou ovos, além do aumento do consumo de proteínas através de opções vegetais como feijão e amendoim. Além disso pode-se preferir por alimentos que estão na safra, pois custará mais barato”, esclarece.
Outra dificuldade enfrentada com os altos preços dos alimentos é se alimentar bem. Optar por produtos ultraprocessados se tornou alternativa para muitas pessoas, mas o consumo recorrente desse gênero pode causar danos a saúde.
“Apesar dos alimentos ultraprocessados, como petiscos, salsichas, linguiças e macarrão instantâneo serem muitas vezes mais baratos, ele refletem muito negativamente da nossa saúde, e mais à frente, pode ser um prejuízo muito maior com o aparecimento de doenças como câncer. Então nós devemos sempre saber escolher, utilizar de forma otimizada e optar por alimentos mais saudáveis sempre que possível”, completa Luana.
Aos que buscam economizar, utilizar-se de alguns espaços na própria residência, seja casa ou apartamento, para produzir alguns alimentos também é indicado.
“Produções numa quantidade menor que ocupam espaços pequenos, através de vasos por exemplo, são basicamente o que é preciso para construir uma horta vertical ou familiar. A escolha dos vasos são de acordo com o tamanho ideal para casa ou apartamento. É necessário adubo orgânico, que pode ser produzido em casa via reciclagem de nutrientes, terra vegetal ou outro substrato que pode ser encontrado em uma loja agropecuária e sementes. Dentro de casa, é possível produzir principalmente folhosas. Alface, alfafa, o popular cheiro-verde, que é a cebolinha, e o coentro, hortelã e tudo que é mais voltado para parte de folhosas. Outras culturas também são possíveis, mas vai depender muito do espaço de cada local. Mas se for plantando e cultivado somente a parte de folhosas, já vai dar pra fazer aquela economia no final do mês”, indica a engenheira agronômica Pablianne Barros.