Representante do órgão destaca ainda trabalho dos agentes de endemias, que vistoriam casas em busca de focos do mosquito
Os casos de dengue, zika e chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, têm registrado aumento exponencial em Teresina. Segundo a Fundação Municipal de Saúde (FMS), até maio deste ano foram notificados 1.552 casos prováveis e quatro óbitos, um crescimento de quase 600% em comparação com 2021.
De acordo com Paulo Marques, gerente de Zoonoses da FMS, as condições ambientais são as principais responsáveis pela proliferação do inseto transmissor.
“O volume intenso de chuvas, seu prolongamento durante o ano, a quantidade de poças de água e o desmatamento frequente mantêm locais propícios para as fêmeas depositarem seus ovos e amplificarem o número de arboviroses”, explicou ao JT1 da Teresina FM nesta terça-feira (7).
Para Marques, está claro que os desmandos da sociedade em relação ao meio ambiente causam a migração dos insetos e outras formas de vida às cidades em busca de abrigo e alimento, além da diminuição da quantidade de predadores naturais.
“Alguém apara folhas de uma árvore e as joga na calçada de casa, então outra pessoa passa e descarta uma garrafa pet, um material descartável, que se unem à água da chuva; o acúmulo desses materiais favorece o aumento da reprodução do mosquito”, apontou.
Uma das medidas de combate às arboviroses executadas pela Prefeitura de Teresina consiste na visitação às residências da capital pelos agentes de endemias, que trabalham de janeiro a dezembro, e são conhecidos na cidade. Outra ação envolve o retorno do carro fumacê, que há anos não era utilizado, ao qual a FMS recorre somente em casos de urgência.
“A atuação do carro fumacê é baseada sobretudo nas informações da Gerência de Epidemiologia, que enumeram as áreas com maior concentração de pessoas infectadas pela dengue. Como ele precisa atender às exigências impostas pelo Ministério da Saúde, requisitamos à pasta federal o envio de inseticidas, já que nosso estoque estava perto de terminar, e recebemos uma quantidade suficiente para o restante do ano”, contou.
Marques destacou ainda a colaboração maciça da população com o trabalho dos agentes de endemias, embora ainda haja resistência à entrada dos funcionários em algumas residências, sem falar nos casos de moradores que saem cedo para trabalhar e retornam muito tarde.
“Apenas neste ano visitamos mais de 270 mil imóveis. Esse processo é importantíssimo para verificarmos se há nas casas criadouros do mosquito que os próprios moradores não percebem. Quando os agentes identificam um grande número de insetos no local, contatam as equipes de pulverização para proceder com a eliminação das larvas”, detalhou.
O gerente de Zoonoses citou o caso de um criminoso que fez um assalto na zona Norte de Teresina enquanto vestia uma roupa de agente de endemias e alertou à população para somente permitir a entrada dos funcionários após confirmarem suas identidades com a própria FMS, por meio dos telefones (86) 3215-9143 e (86) 3215-9144.