De acordo com a Veja, senador só assinou o requerimento de instalação após desfecho positivo de um processo contra a Jurema
A Revista Veja levantou suspeita quanto à atuação de Marcelo Castro (MDB) para emplacar a CPI do Ministério da Educação (MEC) no Senado.
Segundo matéria veiculada pelo meio de comunicação nesta segunda-feira (4), o senador só assinou o requerimento para instalação da comissão após o desfecho positivo de uma ação contra a empreiteira Jurema, do empresário Humberto Costa e Castro (irmão de Marcelo), no Tribunal de Contas da União (TCU).
A Jurema recorria contra a condenação de prática de sobrepreço, superfaturamento e irregularidades na licitação e execução do Sistema Adutor do Sudeste Piauiense e, coincidentemente, destacou a Veja, “enquanto o senador amadurecia a ideia de assinar ou não o requerimento de apoio à CPI, o processo que mira seu irmão entrou e saiu de pauta três vezes no TCU”.
“Na reta final de coleta das assinaturas que enfim viabilizariam a comissão de inquérito, esteve na pauta do dia 24 de junho, mas acabou adiado. Se julgado de forma favorável ao empreiteiro, o caso poderia livrar a empresa de uma pesada multa e – mais importante – esvaziaria a fundamentação de um processo em que Humberto Costa e Castro era acusado, na Justiça Federal do Piauí, de peculato”, acrescentou a Veja.
Durante o vai-e-vem do caso no TCU, uma decisão do juiz Agliberto Gomes Machado, da 3ª Vara Federal do Piauí, livrou, no último dia 15, Humberto Costa e Castro das acusações criminais.
O motivo: a partir do processo na Corte de Contas foram instaurados tanto um procedimento administrativo no Ministério Público Federal quanto um inquérito policial para investigar as irregularidades , mas a acusação não havia avançado um milímetro nas descobertas do TCU, e o juiz considerou que, apenas com o relatório da auditoria de contas, não havia provas para condenar o empreiteiro.
Na terça-feira (28), duas semanas depois do veredicto do juiz do Piauí, o senador assinou o requerimento de criação da CPI do MEC.
À Veja, Marcelo Castro disse que em nenhum momento foi procurado por emissários do governo para que não assinasse a CPI e afirmou não ver relação entre sua posição sobre a comissão de inquérito e o processo do irmão no TCU.
“Ninguém, absolutamente ninguém falou comigo para deixar de assinar a CPI. Não faço a menor ideia o que tem a ver um processo dos meus irmãos no TCU com a minha assinatura na CPI. Duvido que alguém que me conheça, com 40 anos de vida pública, tenha coragem de fazer uma abordagem dessas [relacionando o processo do TCU com a CPI]”, declarou ele.
A reportagem da Teresina FM não conseguiu contato com Castro.
Matérias relacionadas: