“A recente promulgação da lei põe em risco o pleno exercício de suas atividades”, anunciou o hospital
O anúncio do Hospital São Marcos, em Teresina, de que poderá encerrar o atendimento de pacientes com câncer, devido ao impacto que deve sofrer com o novo piso da enfermagem, não convenceu o sindicato da categoria.
O reajuste foi sancionado no último dia 4 de agosto pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), mas ainda não foi instituído no Piauí pelos órgãos públicos e empresas privadas.
Em pronunciamento por meio de suas redes sociais, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Senatepi), Erick Riccely, classificou como “terrorismo” a informação veiculada pelo estabelecimento de saúde.
“Toda e qualquer mudança gera conflito. Até que esse período de adequações e ajustes passe, veremos a mídia falando em ‘demissão em massa’ e as empresas fazendo terrorismo. Sabemos que algumas de fato possuem dificuldades, mas não é a maioria; outras apresentam, inclusive, lucros astronômicos. O que está errado é a ameaça de demissão e o burlamento da legislação trabalhista por parte dos empresários”, criticou.
Por meio de nota divulgada na última quinta-feira (18), o Hospital São Marcos destacou que a lei que formaliza o novo piso da enfermagem “não estabelece a fonte dos recursos e que isso causa uma demanda grande de novas despesas imediatas para o hospital, e isso coloca em dúvida o pleno exercício de suas atividades”.
“A recente promulgação da lei põe em risco o pleno exercício de suas atividades. Haverá um acréscimo de despesas mensais milionário ao hospital, que não conseguirá arcar com seus compromissos e será obrigado a restringir a prestação de serviços de saúde”, concluiu a unidade de saúde.
O texto promulgado estabelece a remuneração mínima de R$ 4.750,00 para enfermeiros, 70% desse valor para técnicos em enfermagem e 50% para auxiliares e parteiras.
Em entrevista à Teresina FM na semana passada, o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque, afirmou que o reajuste só vai ser formalizado pela prefeitura em janeiro do próximo ano.