Prefeito do município no sul do estado afirma que estudantes estão prejudicados desde o desbaratamento das investigações
Matéria de Rodrigo Carvalho
Agência Nordestina de Notícias (ANN)
Essa é a segunda de uma série de cinco reportagens sobre a Operação Topique. Na terça-feira (23), você viu que as investigações da deputada e ex-primeira-dama Rejane Dias, suspeita de favorecimento no esquema de fraudes de licitações, estão a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quatro anos após a deflagração da Operação Topique, a crise do transporte escolar no Piauí continua. Em Porto Alegre, a 407 km de Teresina, estudantes da zona rural não assistem aulas desde o início da pandemia por falta de meios de locomoção.
A denúncia foi feita inicialmente pelo deputado estadual Gustavo Neiva (Progressistas), na Assembleia Legislativa. O parlamentar aponta de que forma os alunos da cidade têm sido prejudicados.
“Todos estão reprovados por falta porque não frequentaram a sala de aula, uma vez que inexiste transporte escolar no município”, declara.
A reportagem da Teresina FM entrou em contato com o prefeito de Porto Alegre, Márcio Neiva (MDB), que confirmou a informação de que os estudantes perderam o ano letivo.
“Contamos com uma unidade escolar estadual na qual o calendário de 2022 nunca teve um dia sequer de transporte. O diretor e as famílias dos alunos têm buscado junto ao governo a resolução do problema, mas nunca obtiveram êxito”, observou.
Neiva acrescenta que a prefeitura já solicitou, sem sucesso, que a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) resolva o problema da falta de transporte escolar, persistente desde o desbaratamento da Operação Topique.
“Estivemos na Seduc ainda no ano passado, onde nos disseram que, por critérios políticos, não fariam convênio com o município, mas assumiriam eles mesmos. Ficamos no aguardo do cumprimento da licitação, pois desde a Topique nunca mais houve transporte por aqui”, destaca.
O diretor da Unidade Escolar Estadual Mussa Demes, Carmo Alberto, lamenta a reprovação dos alunos por falta de frequência devido à ausência dos veículos escolares.
“Não houve atendimento na escola neste ano. Temos, inclusive, todas as cópias dos atestados que enviamos à Gerência Regional de Educação (GRE), os quais confirmam que a empresa que venceu a licitação não está atendendo à comunidade. Infelizmente, pelo tempo já decorrido, é quase impossível recuperar a situação dos estudantes”, frisa.
Nossa reportagem também entrou em contato com a assessoria da Seduc, que enviou uma nota de esclarecimento. Confira logo abaixo:
A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informa que, para que os estudantes da zona rural de Porto Alegre do Piauí não fossem prejudicados pela dificuldade de acesso do transporte às comunidades, a escola foi autorizada a atender pedagogicamente esses alunos com aulas remotas e com a entrega de material impresso.
A Seduc informa ainda que irá providenciar a instalação de um anexo com kit de mediação tecnológica na comunidade para que os estudantes tenham acesso às aulas por meio do Canal Educação.