Médica ressalta que atual gestão do Karnak tem “falhado” na descentralização de serviços como atendimentos
Matéria de Rodrigo Carvalho
Agência Nordestina de Notícias (ANN)
Essa é a oitava de uma série de reportagens sobre os desafios do futuro governador do Piauí. Na quarta-feira (21), você viu que os professores do Estado cobram o pagamento do Fundef e um pesquisador alertou para os altos índices de evasão escolar.
O plano de governo apresentado por Wellington Dias (PT) nas eleições para o governo do Estado em 2018 trazia, no eixo 2, propostas para a saúde pública. Dentre elas, a descentralização dos serviços de saúde, o fortalecimento da rede de urgência e emergência, políticas de saúde materna, da mulher e das pessoas com deficiência (PCD).
Outras promessas incluíam ações preventivas contra doenças tropicais e o suicídio. No entanto, para Lúcia Santos, presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi), a saúde do Estado está sucateada.
“Durante as fiscalizações promovidas pelo Simepi ao redor do Piauí, constatamos graves problemas que vão desde a falta de estrutura física dos hospitais, tanto na capital quanto no interior, e a ausência de médicos e aparelhagem adequada”, afirma.
Lúcia acrescenta que o governo não descentralizou os serviços do setor. “A regulação dos pacientes de municípios mais afastados não está acontecendo. Quando necessitam, não têm acesso a um atendimento de alta complexidade, agravam a doença e chegam até ao óbito”, aponta.
A presidente do Simepi critica ainda a pequena quantidade de profissionais efetivos para atuarem na área. “Os concursos públicos estão sendo substituídos por testes seletivos e contratações por pessoa jurídica. A precarização leva à desassistência”, ressalta.
Francisca Carvalho, moradora de José de Freitas, a 53 km de Teresina, relata as dificuldades de quem mora no interior do estado e precisa de atendimento. “Não contamos com Unidades de Terapia Intensiva [UTIs] e especialidades nos municípios, somente serviços básicos, como clínicos gerais”, lamenta.
Outro fator apontado pelo Simepi diz respeito ao fortalecimento da rede de urgência e emergência. A entidade aponta que a gestão petista falha nessa questão, bem como não desenvolveu trabalhos duradouros no enfrentamento ao suicídio.
Em relação à saúde materna e da mulher, o Karnak investiu na construção da Nova Maternidade, que ainda não foi inaugurada. Quanto ao combate às doenças tropicais, o Estado disponibilizou carro fumacê para os municípios.
A reportagem da Teresina FM entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) em busca de obter respostas aos pontos levantados pelo Simepi. A pasta, entretanto, não se manifestou até o fechamento desta matéria.
Na sexta-feira (23), você confere as críticas feitas por ambientalistas à forma que o governo do Estado atua na preservação do meio ambiente.