Porta-voz do reino, no entanto, nega a hospitalização.
O poderoso rei da etnia zulu da África do Sul, Misuzulu Zulu, pode ter sido envenenado. A real condição de saúde do soberano, que ascendeu ao trono em cerimônia no ano passado na província de KwaZulu-Natal (sudeste), é alvo de especulações no país.
Na noite de sábado (1°) para domingo (2), o influente primeiro-ministro zulu, Mangosuthu Buthelezi, indicou em comunicado de imprensa que o soberano tinha sido hospitalizado no reino vizinho de Eswatini “depois de adoecer”. O respeitado membro da família real sublinhou a sua “grande preocupação”.
Filho do falecido rei Goodwill Zwelithini com a terceira de suas esposas, a coroação de Misuzulu kaZwelithini desencadeou uma guerra de reinos, travada pela primeira esposa do ex-rei. Goodwill Zwelithini teve seis esposas e pelo menos 28 filhos.
Segundo Buthelezi, o rei acreditou ter sido possivelmente envenenado após a morte repentina e misteriosa de seu conselheiro próximo, no sábado. Douglas Xaba “morreu repentinamente e suspeita-se que tenha sido envenenado”, explicou Buthelezi. “Quando Sua Majestade começou a se sentir mal, ela suspeitou que também havia sido envenenada”, acrescentou.
O rei preferiu buscar tratamento em Eswatini, a última monarquia absoluta da África, em vez da África do Sul, onde seus pais “foram tratados e morreram”, acrescentou. Várias fontes policiais em Eswatini confirmaram à AFP a instalação de um forte esquema de segurança em um hospital privado do local, a poucos quilômetros da residência real de Ludzidzini.”Barreiras e policiais armados estão posicionados no hospital”, disse uma fonte.
O príncipe África Zulu denunciou uma “tentativa orquestrada” de fazer circular informações “sem fundamento sobre o estado de saúde de Sua Majestade”.
“O rei, em visita a Eswatini, foi submetido a extensos exames médicos por precaução no contexto da Covid e após a morte repentina do seu conselheiro próximo”, explicou, por telefone, à AFP. O porta-voz não disse quando Misuzulu Zulu deveria voltar à África do Sul.
No país, os soberanos e chefes tradicionais são reconhecidos pela Constituição. Os reis não têm poder executivo, mas exercem profunda autoridade moral e são reverenciados por seu povo.
O país, que contabiliza 11 línguas oficiais, abriga uma população de 11 milhões de zulus – ou quase um em cada cinco sul-africanos. Em setembro, um conselheiro Misuzulu Zulu foi misteriosamente baleado e morto à margem de uma cerimônia tradicional.
Fonte: G1 Mundo