26/11/2024

Chico Leal

Pacto pela educação

23 de junho de 2020

Se a viúva Porcina, a da novela, é a que foi sem nunca ter sido, Abraham Weintraub, o ex-ministro da Educação do Brasil, foi aquele que nunca deveria ter sido.

É preciso reconhecer que Weintraub foi uma péssima escolha, na verdade um desastre.

Cabe ao presidente pedir desculpas ao país. O Brasil não merecia tanto.

Faltou ao ex-ministro a coisa mais importante a um gestor que pretende mudar. Faltou poder de convencimento.

Que a educação brasileira também é um desastre, todos nós sabemos e os exames internacionais confirmam.

A educação brasileira precisa de mudanças e mudanças urgentes. Mas na atual situação do Brasil não se muda nada sem o convencimento das partes envolvidas.

Para mudar a educação você vai ter que convencer toda a estrutura educacional do país de que estamos no caminho errado e que precisamos corrigir a rota enquanto é tempo.

Ninguém muda na marra.

O atual sistema educacional do Brasil está enraizado com fortes e variados componentes, inclusive componentes político-partidários.

Para mudar é preciso um pacto, um pacto pela educação nacional. Um pacto que reúna em torno de si todas as tendências do pensamento brasileiro que se disponham a dialogar, não a brigar.

Se o governo acha, por exemplo, que o método Paulo Freire é ineficiente como diz, ele tem que convencer aos demais com uma proposta de mudança. E isso tem que ser feito com desprendimento de parte a parte, sem arrogância e com o único propósito de melhorar a educação brasileira.

Weintraub jamais construiria tal entendimento.

O novo ministro da educação tem que entrar em campo com este propósito. Tem que entrar em campo com o propósito de dialogar com todos.

Tem que entrar defendendo a paz.

Só em paz, afinal, criaremos o ambiente necessário para se construir  uma nova proposta. Uma proposta fruto do entendimento que possa mudar os rumos da nossa educação de forma pacífica.

Nossas deficiências educacionais são imensas, mas todas superáveis, desde que se tenha vontade realmente de mudar.

Nelson Mandela, o grande líder africano, dizia que a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. A educação não tem preço, mas sua falta tem custo.

Jean Piaget , um dos pais da educação moderna, ensina que a principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores.

A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.

Não custa nada tentar.

Quem vigia os vigias?

22 de junho de 2020

“O Judiciário não pode ser nascente, corrente e foz de um mesmo rio”.

A frase é do respeitável ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Brito.

Ayres Brito foi ministro do Supremo Tribunal Federal de 2003 a 2012, e neste período de nove anos presidiu a corte e o Conselho Nacional de Justiça.

Mas o que quis dizer o notável jurista, com “O Judiciário não pode ser nascente, corrente e foz de um mesmo rio?”.

Na verdade ele não quis dizer, ele disse.

Disse que o Supremo Tribunal Federal não pode simultaneamente investigar, acusar e julgar, atos que, segundo qualquer ordenamento sério, são competência de órgãos distintos.

Traduzindo, o Supremo não pode investigar, acusar e julgar o caso das fake News. Está ferindo as leis.

Ayres Brito não é o único nesta corrente.

Segundo sites especializados, muitos juristas consideram que o STF está há vários meses descumprindo a lei e a própria Constituição Federal no caso do inquérito sobre as fake news.

E por não gostar de críticas à corte, o STF, sem ouvir o Ministério Público, tem censurado a imprensa, caso de O Antagonista e da Crusoé, que noticiaram ligações entre o presidente do STF e a Odebrecht;

Tem ordenado apreensões de computadores e proibições de uso de redes sociais ao redor do país;

Tem demitido fiscais da Receita Federal que investigavam familiares de seus próprios ministros; e tem investigado em sigilo um número desconhecido de cidadãos, entre outras coisas.

O Supremo Tribunal Federal deveria ser o guardião máximo dos direitos do cidadão e do devido processo legal.

No entanto, detém poder monopolista e a última palavra em temas legais. Ademais, o Supremo não sofre controle externo nem pode ter suas determinações revogadas. Como o nome diz, é supremo.

Que recurso tem então a sociedade quando o STF se torna arbitrário e autoritário? Afinal, quem vigia os vigilantes?

A propósito:

Em poema satírico do século 2, Juvenal formulou essa exata pergunta em contexto distinto.

Um marido não sabia como lidar com sua esposa adúltera. Amigos sugeriram uma medida extrema: trancá-la em casa sob vigilância.

O marido pressupõe que seria inútil, pois ela escaparia da reclusão cometendo adultério com os vigias. E pergunta “Quem vigia os vigias?”

No caso dos vigias, ao menos o marido pode demiti-los e extinguir a função; no entanto, o STF não pode ser extinto nem demitido em bloco.

Não há, pois, a quem recorrer.

A dor que dói mais

19 de junho de 2020

 Não à toa, a jornalista gaúcha Martha Medeiros se transformou numa das mais lidas cronistas brasileiras.

Martha consegue por a própria alma naquilo que escreve.

Não à toa também vez por outra recorro à sua inteligência para brindar nossos ouvintes:

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância.

Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.

Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu.

Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida.

Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.

Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde.

Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã.

Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno.

Não saber mais se ela continua clareando o cabelo.

Saudade é não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Ssaudade é não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido às aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros.

Saudade é não saber se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando.

Saudade é não saber  se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;

É não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, é não saber como frear as lágrimas diante de uma música, é não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela.

Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

A verdade

18 de junho de 2020

Padre Antônio Vieira, um português da Companhia de Jesus, que viveu e morreu no Brasil há mais de 300 anos, escreveu certa vez que “Muito tempo há que a mentira se tem posto em pés de verdade, ficando a verdade sem pés e com dobradas forças a mentira; e é força que, sustentando-se em pés alheios, ande no mundo a mentira muito de cavalo; e se houve filósofo que com uma tocha numa mão buscava na luz do meio-dia um sábio, hoje, por mais que se multipliquem luzes às do Sol, não se descobrirá um afeto verdadeiro. Buscava-se então a ciência com uma vela, hoje pode-se buscar a verdade com a candeia na mão, que apenas se acha nos últimos paroxismos da vida”.

A mentira, como se pode perceber, não é uma novidade, não é uma coisa do mundo moderno. A mentira é coisa que vem de muito longe, vem do tempo em que a serpente enganou Eva, convencendo-a a comer do fruto proibido.

É uma coisa antiga, realmente.

Mas não se pode negar que hoje se mente muito mais.

Mente-se por tudo.

Mente-se para tirar proveito de algo, mente-se para esconder da opinião pública aquilo que ela precisa saber; mente-se para ocultar malfeitos.

Mente-se a tal ponto que confiar em alguém ficou difícil. E se esse alguém é político, então nem se fala. É impossível acreditar.

A mentira de hoje nem de longe se assemelha àquelas ditas mentiras inocentes.

As mentiras do mundo atual são mentiras que podem afetar a vida das pessoas de maneira dolorosa e cruel. Não afeta apenas relacionamentos, afeta de forma prejudicial e leviana a vida do ser humano.

Plagiando Rui Barbosa em uma conferência sobre a mentira, hoje podemos dizer que mente-se nos protestos. Mente-se nas promessas, mente-se nos programas, mente-se nos projetos e nos progressos.

Mente-se nas reformas, mente-se nas convicções, nas transmutações e nas soluções.

Mente-se nos homens, nos atos e nas coisas. Mente-se no rosto, na voz; na postura, no gesto, na palavra, na escrita.

Mente-se nos partidos, nas coligações e nos blocos. Mente-se aos apaniguados e à nação; mente-se nas instituições, nas eleições e nas apurações.

Mente-se nas mensagens, nos relatórios e nos inquéritos; mente-se nos concursos, nas candidaturas e nas garantias.

Mente-se nas responsabilidades e nos desmentidos. A mentira é geral.

Mas por que mentir?

Por que mentir quando a vida exige é transparência nas ações, exige transparência nos atos de cada um?

No mundo em que vivemos precisamos é de verdade. Precisamos de muitas verdades e de nenhuma mentira.

Afinal, a mentira tem vida curta, mas a verdade dura para sempre.

(Do livro Opinião com Chico Leal)

Intolerância virtual

17 de junho de 2020

 Um filósofo disse certa vez que a primeira lei da natureza é a tolerância, já que temos todos nós uma porção de erros e fraquezas.

Com certeza esquecemos ou não nos acostumamos a isso.

Quem passeia pelas redes sociais há de concordar comigo.

A extraordinária expansão das redes sociais tem levado a população cada vez mais a expor suas opiniões; tem levado muita gente a querer participar dos debates.

Mas, infelizmente,  o que era para ser apenas discussão saudável e inteligente, está se transformando em atos raivosos e perigosos.

O que se vê agora nas redes sociais é um cada vez mais perigoso crescimento na falta de aceitação de opiniões, de pensamentos e de reflexões divergentes das suas.

O advogado Luiz Felippe Caldart chama a atenção para o resultado de tudo isso: São participações que por diversas vezes

resultam em ásperas discussões, verdadeiras guerras virtuais infindáveis de quem possui os melhores argumentos.

São pessoas que jamais aceitam que ambos podem estar corretos, cada um com sua vertente e experiências pessoais.

Com uma frequência cada vez maior desses debates, acrescido pelo delicado momento político que assola o Brasil, com a desconfiança da população perante os seus representantes e gestores, temos visto o surgimento de verdadeiros doutores em gestão e opinião pública.

São pessoas que possuem rápidas e eficazes soluções aos mais diversos problemas que assolam a sociedade, discordando, inclusive, de qualquer posicionamento contrário, passando mesmo a ver com maus olhos pessoas que pensam diferente, em verdadeiro pré-julgamento.

O resultado deste pensamento diferente  é a criação de uma verdadeira bolha, onde associam-se pessoas que pensam da mesma forma para, não apenas disseminar seu pensamento, mas também combater avidamente e tentar desconstruir a todos que pensam de maneira diversa.

Estamos vivendo num país onde quem pensa diferente de nós está sempre errado.

 Isso nos leva a refletir sobre o rumo que a sociedade está tomando, seja com relação às políticas públicas, seja na emissão de opiniões sobre diversos temas, que se findam em verdadeiros discursos de ódio, demonizando opiniões que divergem.

Pensar diferente de seu colega de rede social, de grupo, não o faz errado, menos correto, ou mesmo enseja motivos para ataques de caráter pessoal e preconceitos.

É necessária a realização do esforço diário da tolerância, da paciência, da aceitação de opinião diferente, da liberdade de expressão e do debate saudável, em prol de uma sociedade melhor, sem ataques pessoais, críticas infundadas ou uma polarização desnecessária.

Ao concluir, faço minha as palavras de Luiz Felippe Caldart: Nestes tempos de ampla violência em que vivemos, com a incerteza de retornar para casa com saúde, preocupemo-nos com as coisas boas, com a discussão sadia, com o debate fundamentado, e deixemos de lado a intolerância e a resistência ao aceite de opiniões diferentes, em busca da harmonia do convívio social.

O Brasil de Rui, mais uma vez!

16 de junho de 2020

Nesse tempo de muita turbulência, em que a justiça é questionada abertamente, é impossível não lembrar de Rui Barbosa.

Rui, o nosso grande jurista nascido na Bahia em 1849, e morto no Rio de Janeiro em 1923, continua coberto de razão, apesar do tempo.

Algumas de suas frases continuam tão vivas e tão ligadas à realidade brasileira, que até parece que foram pronunciadas ontem no finalzinho da tarde.

Seus discursos, seus escritos, suas frases, ainda hoje são impressionantemente atuais.

Vamos a mais um exemplo do velho e sempre bom Rui Barbosa.

Um exemplo atualíssimo, embora seu autor tenha vivido no império e no começo da República. Há bastante tempo, portanto.

Escreveu ele àquela época:

“Saudade da justiça imparcial, exata, precisa, que estava ao lado da direita, da esquerda, centro ou fundos. Porque o que faz a justiça é o “ser justo”.

Tão simples e tão banal.

Tão puro.

Saudade da justiça pura, imaculada.

Aquela justiça que não olha a quem nem o rabo de ninguém.

A que não olha o bolso também.

Que tanto faz quem dá mais, quem pode mais ou quem fala mais.

Saudade da justiça capaz.”

A evocação a Rui Barbosa acontece mais uma vez por conta do novo momento que vive o Brasil.

A população, ou pelo menos boa parte dela, começa a acreditar na tese de que há sim uma velada proteção da justiça a políticos e outras pessoas igualmente envolvidos em atos de corrupção.

A reação popular à presença em locais públicos de magistrados, inclusive magistrados do Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte de justiça do país. É uma demonstração clara e uma clara confirmação do que dizemos.

O povo começa a entender que para fazer justiça neste país é preciso que se condene a todos os implicados no desvio de dinheiro público, independentemente do partido ou grupo político a que pertença.

Se a justiça brasileira não agir rapidamente, aí sim, pelo menos parte dos brasileiros vai ter a certeza de que certas figuras foram condenadas injustamente.

A justiça não pode correr esse risco.

A sociedade brasileira não quer uma justiça acuada, muito menos desmoralizada.

O brasileiro continua querendo uma justiça ágil e, sobretudo, justa.

Aliás, não basta parecer justa, tem que ser justa. Até para que o país não caia numa desordem ainda maior.

Rui Barbosa – sempre Rui – dizia que quem lucra com a desordem são os governos desacreditados que, vivendo apenas de viver, tendo violado todas as leis, faltado a todos os deveres, perdido toda a estima pública, necessitam de romancear revoluções, que recomendem o zelo da administração pela estabilidade da paz e autorizem a perpetração de insídias contra o direito desarmado.

Mais atual impossível.

Nem Deus!

15 de junho de 2020

A coisa tá feia mesmo. Pelo menos é o que indica o meu desconfiômetro de uso privado e exclusivo. 

Digo isso não apenas pelos últimos acontecimentos políticos, muito menos pelas constantes reviravoltas nacionais, com as quais até já estamos nos acostumando. 

Digo isso porque vejo que Deus, o criador de te tudo, já precisa de um dia no calendário de eventos soa homens para ser lembrado.

Domingo passado, dia 14, foi o Dia de Deus, segundo o calendário de eventos terrenos.

Quem imaginou que o homem precisasse de um dia para celebrar Deus, o criador, nosso Pai?

E o pior: Não lembro de ter visto alguma comemoração pelo Dia de Deus.

Para falar a verdade, não ouvi ninguém falar em Dia de Deus. Você ouviu alguma coisa?

Você ouviu algum parente, algum amigo, um vizinho sequer, falando no Dia de

Deus? Também não.

Isso sim é um sacrilégio.

É a revelação maior de que estamos perdendo a fé em Deus. É a confirmação de que estamos esquecendo Deus.

E quando o homem perde a fé em Deus, Deus fica triste, mas as coisas prosseguem. Tristeza de verdade nós só vamos conhecer no dia que Deus perder a fé no homem.

O homem perdeu o domínio sobre a terra. E ao perder esse domínio passamos a ser dominados por vícios e medos, dúvidas e ódios, sentimentos facciosos, friezas, prostituições, pensamentos lascivos e muitas outras coisas.

O resultado de tudo isso são pessoas oprimidas enveredando pelos caminhos do mal. São pessoas roubando, assaltando, matando, praticando todo tipo de crime perante a lei de Deus e a lei dos próprios homens.

Não podemos esquecer Deus.

Deus tem quer estar presente todos os dias, todas as horas. Deus é para sempre, é definitivo.

Deus é o ser supremo, o criador de todo o universo. Ele não tem princípio nem fim, sabe todas as coisas e tem poder para fazer tudo.

Deus é espírito, não tem limitações físicas.

Deus é amor, Deus é pessoa.

Criar um dia para lembrar Deus é confessar nossa ingratidão; é confessar, aliás, é confirmar que o ser humano não presta.

Deus sempre existiu e o seu tamanho é impossível de medir.

Deus inventou o tempo e o espaço, mas não está limitado por eles porque já existia quando não havia tempo e espaço.

Deus não falha, não erra, não faz coisas ruins e não muda. Nós mudamos com o tempo, temos novas experiências e mudamos de opinião, mas Deus é constante na sua perfeição. Podemos sempre confiar nele.

Namorados

12 de junho de 2020

Temos a triste mania de comemorarmos determinadas coisas em apenas um dia. É só naquele dia e pronto, acabou. Agora só no próximo ano.

É assim, por exemplo,  com o dia das mães e o dia dos pais;

É assim com o dia do amigo e com o dia da família.

É assim também com o dia dos namorados.

São alguns exemplos de coisas que não devemos comemorar uma única vez a cada ano.

São datas que merecem celebrações todos os dias da vida de cada um de nós.

As mães, os país, merecem comemorações permanentes. Assim como os amigos e as famílias.

Os namorados também merecem a mesma coisa.

As pessoas namoram porque algo as atrai, porque desejam ficarem juntas.

O namoro geralmente é o primeiro passo para o amor. É no namoro que surgem as grandes e eternas paixões. É no namoro que nasce o amor, até mesmo aquele amor que um dia parte e nos marca de forma dolorida para sempre.

É do namoro que nasce o amor, até mesmo o amor proibido.

É no namoro também que surge o eterno amor, aquele amor que une duas pessoas para toda a vida, une para sempre. É quando o amor vira um passaporte para a felicidade.

É quando o amor se materializa de vez e se transforma em objetivo maior. É no namoro que surge o olho no olho, o ultimo passo para o Eu te amo.

É aí que surge o Amo-te por todas as razões e mais uma, como escreveu o poeta português Joaquim Pessoa.

Amo-te por todas as razões e mais uma, porque nunca existe apenas uma razão para amar alguém, porque não pode haver nem há só uma razão para amar.

Amo-te porque me fascinas e porque me libertas e porque fazes sentir-me bem. E porque me surpreendes e porque me sufocas e porque enches a minha alma de mar e o meu espírito de sol e o meu corpo de fadiga.

Amo-te porque me confundes e porque me enfureces e porque me iluminas e porque me deslumbras.

Amo-te porque sim, mas também porque não e, quem sabe, porque talvez. E por todas as razões que sei e pelas que não sei e por aquelas razões que nunca virei a conhecer. E porque te conheço e porque me conheço. E porque te adivinho. Estas são todas as razões.

Bendito seja o amor.

Benditas sejam todas as coisas que promovem o amor.

Benditos sejam todos os namorados.

Contato
  • (86) 99972-0111
  • jornalismo@teresinafm.com.br


Anuncie conosco
  • (86) 98153-2456
  • comercial@teresinafm.com.br
Teresina FM