Bom dia a todos!
Estou de volta após um período de 30 dias de férias.
Volto ao batente exatamente no dia dedicado ao adulto. 15 de janeiro é o dia do adulto.
O Dia do Adulto não é uma data muito popular entre os brasileiros, mas a sua essência é celebrar essa importante fase da vida, a fase que separa a infância da velhice.
Nem sempre é fácil enfrentar as dificuldades, os medos e os desafios que a vida nos impõe. Precisamos ser fortes e saber lidar com tudo isso.
É exatamente isso que a vida adulta nos mostra. Ela ensina que vale a pena ver tudo aquilo que já passamos e o que aprendemos até aqui.
Neste dia dos adultos, nós os adultos, também devemos pensar nas responsabilidades que a vida adulta traz, além de refletir sobre como está sendo a nossa colaboração para a construção da vida em sociedade e se estamos satisfeitos com o rumo que estamos trilhando.
Mas… ser adulto não é fácil. Ser adulto é muito difícil.
Tão difícil que hoje resolvi apresentar oficialmente o meu pedido de demissão da categoria de adultos.
Com diz o poeta sonhador, resolvi que daqui para frente quero voltar a ter as responsabilidades e as ideias de uma criança de oito anos no máximo!
Quero acreditar que o mundo é justo e que todas as pessoas são honestas e boas.
Quero acreditar que tudo é possível.
Quero voltar a ter uma vida simples, sem complicações.
Quero voltar a ser criança porque cansei dos computadores que falham, da montanha de papel, das notícias deprimentes, das doenças e mentiras.
Não quero mais ser obrigado a dizer adeus a pessoas queridas e com elas dar adeus a uma parte da minha vida.
Quero ter certeza de que Deus está no céu e que por isso está tudo direitinho nesse mundo.
Quero viajar ao redor do mundo num barquinho de papel que vou navegar numa poça d’água deixada pela chuva.
Quero jogar pedrinhas na água e ter tempo para olhar as ondas que elas formam.
Quero ficar feliz quando amadurecer o primeiro caju; quero ficar feliz ao comer a primeira manga… quero ficar feliz ao sentir o azedo do tamarindo…
Quero acreditar no poder do sorriso, do abraço; quero voltar a acreditar nas palavras gentis;
Quero acreditar no poder da justiça e da paz:
Quero voltar a acreditar no poder dos sonhos, da imaginação e dos castelos de areia.
Uma criança não deixa de brincar por causa de um joelho ralado, ela pode até saber que pode se machucar de novo, mas ela continua brincando.
Ser adulto cansa.
Os anos passam e com eles temos que aprender alguma coisa. Estamos completando mais um ano… é preciso fazer uma espécie de balanço sobre tudo o que passou e tudo que aprendemos.
Grandes nomes da literatura mundial escreveram sobre o aprendizado da vida. Todos eles, sem exceção, nos deixaram belas e extraordinárias lições. Charles Chaplin e William Shakespeare são apenas alguns exemplos de textos maravilhosos que ganharam adaptações mundo afora. E que nem por isso ficaram menos encantadores, como este do escritor americano H. Jackson Brown Jr.
EU APRENDI
que a melhor sala de aula do mundo está aos pés de uma pessoa mais velha;
EU APRENDI
que ter uma criança adormecida nos braços é um dos momentos mais pacíficos do mundo;
EU APRENDI
que ser gentil é mais importante do que estar certo;
EU APRENDI
que eu sempre posso fazer uma prece por alguém quando não tenho a força para ajudá-lo de alguma outra forma;
EU APRENDI
que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto;
EU APRENDI
que algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão para segurar e um coração para nos entender;
EU APRENDI
que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos;
EU APRENDI
que dinheiro não compra “classe”;
EU APRENDI
que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular;
EU APRENDI
que debaixo da “casca grossa” existe uma pessoa que deseja ser apreciada,
compreendida e amada;
EU APRENDI
que Deus não fez tudo num só dia; o que me faz pensar que eu possa?
EU APRENDI
que ignorar os fatos não os altera;
EU APRENDI
que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;
EU APRENDI
que cada pessoa que a gente conhece deve ser saudada com um sorriso;
EU APRENDI
que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;
EU APRENDI
que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;
EU APRENDI
que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.
EU APRENDI
que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;
EU APRENDI
que devemos sempre ter palavras doces e gentis pois amanhã talvez tenhamos que engolí-las;
EU APRENDI
que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência;
EU APRENDI
que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;
EU APRENDI
Que quanto menos tempo tenho mais coisas consigo fazer.
Que a vida continue a nos ensinar e a nos encaminhar sempre em direção ao bem.
Até janeiro!
O Ano Novo é sempre motivo de alegria.
Ano Novo é esperança, é a certeza de que tudo vai melhorar.
Ano Novo é convicção de que o pior já passou.
É Tempo de rever o que precisa ser melhorado dentro e fora de nós.
É Tempo de pensar mais no outro.
É Tempo de valorizar a família, tempo de fazer bem aos animais e a natureza.
É Tempo de se amar mais, é tempo de plantar novos sonhos.
É Tempo de buscar mais a Deus e de agradecer.
É Tempo de viver tudo que se teve vontade, mas não se viveu.
Que em 2020 possamos exercitar os músculos de nossa alma na academia de nossa existência.
Como diz o escritor Júlio Ramos, autor do livro Jaçanã, que troquemos o dar esmolas, por doar esperanças de modo a voltarem a vida os mendigos que são literalmente nossos.
Que troquemos a ideia de que os professores não fazem mais que sua obrigação pelo carinho e respeito fiel da responsabilidade que eles de fato exercem.
Que também troquemos aquele desespero pela hora que não passa no trabalho, pela paciência artesanal em concluir com qualidade o que fazemos.
Que permitamos que a vaidade se manifeste apenas na beleza física, se abstendo das ideias cotidianas.
Que troquemos a estúpida vontade em sermos donos da razão pelo perspicaz entendimento de que estamos ainda em aprimoramento.
Que troquemos também a desagradável impaciência pela calmaria que sempre se mostra solicita.
Que as dores e as fraquezas de nossa matéria, seja por nós trocados pela força e fé existente em nosso espírito.
Que concluamos que a palavra amigo é tão forte quanto a palavra amor.
Que troquemos os sentimentos ruins quando ouvimos um não, pelo entendimento de que esse é apenas momentâneo.
Que ao ouvirmos um sim, ele além de entendido, seja também sentido não apenas escutado.
Que em época de eleições, troquemos o desinteresse egoísta e particular pelo interesse do bem comum.
Que fortes mesmo são os humildes, não os fortes propriamente ditos.
Que venhamos entender que se num relacionamento amoroso o amor não se manifesta, não é por que ele não existe, mas que ele se revela noutro lugar
Que decifremos que na matemática da vida não é o sucesso quem vem a nós… Nós, na companhia da honestidade, é que devemos seguir até ele.
Que nos cientifiquemos que são os filhos os nossos professores, não o contrário disso e devemos ter paciência com eles.
Que aceitemos que para tudo que nos é enviado na vida Deus tem lá as suas razões.
Feliz ano novo a todos!
E mais uma vez é Natal!
Sempre começo assim meus textos de Natal, este ano um pouco antecipado por conta de minhas férias de fim de ano.
Então, hoje é Natal!
Os sinos dobram e nos rendemos às luzes, nos rendemos a magia e à emoção do Natal.
Natal que marca acima de tudo a chegada de nosso Deus Menino e nosso salvador.
Natal é humildade.
Natal é luz.
Natal é amor, é esperança; Natal é paz e é perdão.
Quisera Senhor neste Natal armar uma árvore dentro do meu coração e nela pendurar em vez de presentes os nomes de todos os meus amigos.
Os antigos e os mais recentes.
Aqueles que vejo a cada dia e os que raramente encontro.
Os sempre lembrados e os que às vezes ficam esquecidos.
Os constantes e os intermitentes.
Os das horas difíceis e os das horas alegres.
Os que sem querer eu magoei, ou sem querer me magoaram.
Aqueles a quem conheço profundamente e aqueles a quem conheço apenas as aparências.
Os que pouco me devem e aqueles a quem muito devo.
Meus amigos humildes e meus amigos importantes.
Os nomes de todos que já passaram por minha vida.
Uma árvore de raiz muito profunda para que seus nomes nunca mais sejam arrancados do meu coração.
De ramos muito extensos, para que novos nomes vindos de todas as partes venham juntar-se aos existentes.
De sombras muito agradáveis para que nossa amizade seja um aumento de repouso nas lutas da vida.
Que o Natal esteja vivo em cada dia do ano que se aproxima, para que possamos viver juntos o amor.
Que neste Natal eu possa lembrar dos que vivem em guerra e fazer por eles uma prece de paz.
Que eu possa lembrar dos que odeiam e fazer por eles uma prece de amor.
Que eu possa perdoar a todos que me magoaram e fazer por eles uma prece de perdão.
Que eu lembre dos desesperados e faça por eles uma prece de esperança.
Que eu esqueça as tristezas do ano que termina e faça uma prece de alegria.
Que eu possa acreditar que o mundo ainda pode ser melhor e faça por ele uma prece de fé.
Obrigado Senhor
Por ter alimento, quando tantos passam o ano com fome.
Por ter saúde, quando tantos sofrem neste momento.
Por ter um lar, quando tantos dormem nas ruas.
Por ser feliz, quando tantos choram na solidão.
Por ter amor, quantos tantos vivem no ódio.
Pela minha paz, quando tantos vivem o horror da guerra.
Amém!
Feliz Natal!
Certa vez perguntaram a um poeta se falar é fácil.
O poeta disse que sim.
Sim, falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar mais uma vez isso é difícil.
Fácil é dizer “oi” ou “como vai?”
Difícil é dizer “adeus”, principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas…
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na agenda telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.
Domingo, ontem, foi o Dia da Família, uma data que deveria ser comemorada por todos, como se um Natal fosse.
A família, afinal é o alicerce, é a fortaleza. E, como diz um provérbio chinês, quando as raízes são profundas não há razão para temer o vento.
Como diz o jornalista e radialista carioca Antônio Marcos Pires, fim e começo de ano é o momento em que a gente pensa mais na família.
Mais ainda nesses tempos de internet em que a família vai se desagregando, cada um no seu quarto, cada um no seu computador.
Muitas vezes, embora sob o mesmo teto, a família se comunica pelas redes sociais, por email ou facebook.
Está na hora de termos novamente a mesa do jantar.
Mesa do jantar, onde antigamente pais, filhos, avós se reuniam para trocar ideias, desabafos, conselhos, enfim, onde a família se reunia ao final de cada dia.
A família é a primeira e mais importante célula da sociedade, mas anda desacreditada, abandonada, na base do cada um faz o que bem entende.
É preciso fortalecer outra vez o elo familiar.
É preciso reviver, com urgência, a mesa do jantar.
Os filhos perguntando ao pai como foi o seu dia de trabalho; os pais perguntando aos filhos as novidades da escola; aquela união que fortalece o amor… a confiança… fortalece a vida em grupo.
Natal e Ano Novo trazem sempre à mente das pessoas a importância da família.
Bebedeiras e comilanças à parte, sente-se no ar uma espécie de aroma do amor, o cheiro de Deus abençoando as famílias.
Mas, o importante é que esse cheiro permaneça o ano todo. O importante é que retomemos o verdadeiro conceito de família: pai, mãe, irmãos, tios, primos…
Família é o mesmo sangue correndo nas veias. E claro que a família adotiva também é amada por que, embora não seja sangue do mesmo sangue, é sangue da alma, almas que se juntam pelo dom da solidariedade, do amor, do bem comum.
Família, enfim, é uma associação que se norteia pelas leis do respeito, do amor, da ajuda mútua, da união…
Célula mater da sociedade, a família tem que manter sua grandeza no convívio diário, porque a família é o núcleo sagrado que se associa a outros núcleos e cujo ideal é formar uma grande sociedade, a sociedade do bem, do amor, do respeito, da solidariedade, uma sociedade com paz; uma sociedade onde as desavenças sejam resolvidas com as força do amor, não pela violência.
“As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas. Mas o amor, na realidade, é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas”.
Segundo a escritora Martha Medeiros, temos a mania de achar que amor é algo que se busca.
Buscamos o amor nos bares, buscamos o amor na internet, buscamos o amor na parada de ônibus…
Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas plateias dos teatros.
Ele certamente está por ali, você quase pode sentir o seu cheiro, precisa apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível.
Pelo menos foi isso que lhe ensinaram; ensinaram que só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade.
Amor não é medicamento.
Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproximará. Caso o faça, vai frustrar sua expectativa, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza.
O amor não suporta a ideia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de autoestima.
Certamente você já ouviu muitas vezes alguém dizer: “quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu”. Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas.
O amor, ao contrário do que se pensa, não tem que vir antes de tudo: antes de estabilizar a carreira profissional, antes de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir do seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando, na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir diante de você sem máscara e sem fantasia.
É esta a condição.
É pegar ou largar.
Para quem acha que isso é chantagem, arrisco sair em defesa do amor: ser feliz é uma exigência razoável e não é tarefa tão complicada.
Felizes são aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem.
Felicidade é serenidade.
Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados.
O amor é o prêmio para quem relaxa.
Um provérbio indiano diz que quando morre um idoso perde-se uma biblioteca.
Para Millôr Fernandes, você está começando a ficar velho quando, depois de passar uma noite fora, tem que passar dois dias dentro.
Mas o que é ser velho?
O que é ser idoso?
Idoso é quem tem muita idade,
Velho é quem perdeu a jovialidade.
Você é idoso quando se pergunta se vale a pena;
você é velho quando, sem pensar, responde que não.
Você é idoso quando sonha;
você é velho quando apenas dorme.
Você é velho quando apenas descansa.
Você é idoso quando ainda sente amor;
Você é velho quando só sente ciúmes.
Você é idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida;
Você é velho quando todos os dias parecem o último da longa jornada.
Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs;
Você é velho quando só tem ontens.
O idoso se renova a cada dia que começa,
o velho se acaba cada noite que termina pois, enquanto o idoso tem seus olhos postos no horizonte, de onde o sol desponta e ilumina a esperança, o velho tem sua miopia voltada para as sobras do passado.
O idoso tem planos, o velho tem saudades.
O idoso curte o que lhe resta de vida,
O velho sofre o que o aproxima da morte.
O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e plena de esperança.
Para ele, o tempo passa rápido, mas a velhice nunca chega.
Para o velho suas horas se arrastam destituídas de sentido.
As rugas do idoso são bonitas porque foram marcadas pelo sorriso;
As rugas do velho são feias porque foram vincadas pela amargura.
Idoso e velho podem ter a mesma idade no cartório, mas têm idades diferentes no coração.
Oremos, pois, por todos eles.
Bem-aventurados aqueles que compreendem os meus passos
vacilantes e as minhas mãos trêmulas.
Bem-aventurados os que levam em conta que meus ouvidos captam as palavras com dificuldades, por isso procuram falar-me mais alto e pausadamente.
Bem-aventurados os que percebem que meus olhos já estão nublados e as minhas reações são lentas.
Bem-aventurados os que desviam o olhar, simulando não ter visto o café que, por vezes, derramo sobre a mesa.
Bem-aventurados os que sorriem e conversam comigo.
Bem-aventurados os que nunca me dizem: “Você já me contou isso tantas vezes!”
Bem-aventurados os que me ajudam, com carinho, a atravessar a rua.
Bem-aventurados os que me fazem sentir que sou amado e não estou abandonado, tratando-me com respeito.
Bem-aventurados os que compreendem quanto me custa encontrar forças para aguentar minha cruz.
Bem-aventurados os que me amenizam os últimos anos sobre a terra.
Bem-aventurados todos aqueles que me dedicam afeto e carinho fazendo-me, assim, pensar em Deus.
Quando entrar na eternidade lembrar-me-ei deles junto ao Senhor.
Amém!