O homem é livre para fazer suas próprias escolhas, mas é prisioneiro das consequências, ensinava o poeta Pablo Neruda.
Quer dizer: Você é livre para escolher o seu candidato, mas é responsável pelas consequências de sua escolha.
É verdade.
Precisamos entender e aceitar que cada escolha tem lá suas consequências.
E geralmente são consequências sérias, que nem sempre atingem apenas você, autor da escolha.
Vivemos num país dominado pelo crime, dominado pela violência, onde não temos mais nem mesmo o direito de ir e vir consagrado na nossa constituição.
Tudo por culpa das escolhas que fizemos em determinados momentos da vida.
É esta a grande verdade.
Fizemos escolhas erradas no passado. Hoje temos absoluta certeza disso.
E por conta dessas escolhas erradas que fizemos estamos pagando um alto preço.
Ghandi, o grande líder indiano, dizia que o futuro dependerá daquilo que fazemos no presente.
Às vezes pensamos, ou temos a noção, de que o futuro é algo muito distante e abstrato, mas a verdade é que o futuro pode ser amanhã.
É, o futuro já é amanhã.
E se é assim, temos que nos preparar logo porque o futuro também é uma questão de escolha.
E por ser uma questão de escolha está em nossas mãos, depende apenas de nós.
Chico Xavier, médium brasileiro conhecido no mundo inteiro, disse certa vez que embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.
Então, já que não podemos voltar atrás, já que não podemos fazer um novo começo, vamos começar agora a fazer um novo fim, não só para o Brasil ou para o Piauí.
Vamos fazer um novo fim para nós mesmos.
E fazer um novo fim significa votar melhor, significa escolher melhor.
Votar melhor, escolher melhor não é tão difícil como se imagina.
A pessoa vota melhor e escolhe melhor quando deixa de lado seus próprios interesses.
A pessoa vota e escolhe melhor quando age na defesa de interesses comuns; quando age em defesa de sua comunidade, de sua rua, de sua cidade.
Escolhemos melhor quando pensamos nos interesses da população e deixamos de lado a nossa própria causa;
Enfim, votamos e escolhemos melhor quando pensamos no estado e no país.
Pesquise o histórico político, conheça o partido do candidato, conheça as propostas.
Vamos agir assim.
E que não esqueçamos nunca o recado do chileno Pablo Neruda: somos livres para fazer nossas escolhas, mas temos que pensar nas consequências.
Hoje é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Lutar pelos nossos deficientes, como disse o ex-presidente americano John Kennedy, é lutar pelos seus direitos, o que é também uma forma de superar as nossas próprias deficiências.
Mas quem são os nossos deficientes, afinal?
Nossos deficientes, por acaso, são aquelas pessoas que não escutam ou não enxergam?
Nossos deficientes, por acaso, são aquelas pessoas com problemas mentais ou com problemas físicos?
Engana-se quem pensa assim.
Quantas pessoas possuem uma audição perfeita e não querem escutar o que seu próximo tem a lhe dizer?
Quantos possuem uma visão extraordinária, mas não querem enxergar o que as pessoas têm a lhes mostrar;
Quantas pessoas mentalmente sãs agem com extrema deficiência.
A verdade é que muitos de nós somos deficientes por ignorância. O mundo está cheio desse tipo de gente.
As sociedades antepassadas não aceitavam a deficiência, provocando uma exclusão quase total das pessoas portadoras de problemas desse tipo.
As famílias chegavam mesmo a escondê-las da convivência com outras pessoas, isolando-as do mundo.
Hoje, talvez não tenhamos mais tantos casos assim – embora eles ainda existam – mas não podemos negar que ainda há um preconceito muito grande em relação aos deficientes.
Preconceito que começa com a infraestrutura das cidades, que de um modo geral dificulta a movimentação dos deficientes.
São prédios particulares, repartições públicas, calçadas e vias nem sempre preparadas para atender essas pessoas.
Em Teresina, por exemplo, as calçadas continuam esburacadas, estreitas e com desníveis; as vagas nos estacionamentos continuam ocupadas por pessoas ditas normais.
No Brasil, são cerca de 46 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência.
No Piauí, são mais de 800 mil deficientes, o que nos coloca entre os primeiros na relação dos estados brasileiros com maiores índices de pessoas portadoras de deficiência.
Como aceitar que um país ou um estado que se diz inclusivo não tenha ainda um programa de acessibilidade para parcela tão significativa de sua população?
Não é mais possível aceitar isso.
Mas, por dever de justiça, é preciso se reconhecer que alguma coisa já foi feita.
A sociedade, pelo menos, já não vê um doidinho numa pessoa com problemas mentais nem um aleijado numa pessoa portadora de deficiência física.
E isso pode ser considerado um avanço.
É até um grande avanço, se voltarmos novamente no tempo a uma época em doentes mentais e aleijados se quer eram considerados gente.
Eram tidos até como um castigo, um fruto do pecado.
Nosso deficiente não quer mais ser o aleijado, o enjeitado.
Nosso deficiente não quer mais ser o manco, o cego ou o surdo mudo.
Nosso deficiente não quer mais ser o paralítico, não quer ser dependente;
Nosso deficiente quer ser uma pessoa normal, mesmo diante de suas limitações;
Nosso deficiente quer trabalhar, quer estudar, quer ser feliz.
Mas para que isso aconteça é preciso que o estado faça sua parte; é preciso que o estado cumpra com sua obrigação.
É preciso que o estado assegure o cumprimento de toda a legislação nacional que dispõe sobre os direitos do deficiente.
O deficiente não quer favor, não quer apresentar-se como o coitadinho, como o pobrezinho.
Ele não precisa de compaixão.
Só precisa de respeito.
O escritor português Miguel Esteves Cardoso, consegue nos convencer de que nenhum sonho custa tanto a nos abandonar como o sonho de ter uma alma gémea.
Você sente isso, sente falta de sua alma gêmea?
As almas gêmeas quase nunca se encontram, mas, quando se encontram, abraçam-se.
Naqueles momentos em que alguém diz uma coisa, que nunca ouvimos, mas que reconhecemos não sei de onde e na qual mergulhamos sem querer, como se estivéssemos a visitar uma verdade que desconfiávamos existir, de onde desconfiamos ter vindo, mas aonde nunca conseguimos voltar.
O coração sente-se. A alma pressente-se. O coração anda aos saltos dentro do peito, a soluçar como um doido.
Mas a alma é uma rocha branca onde estão riscados os sinais indecifráveis da nossa existência. Não muda, não se mostra.
O coração ama. Mas é na alma que o amor mora.
A alma deixa o coração à solta e se desprende do corpo, porque tem mais que fazer.
E o que faz a alma? A alma manda escondidamente na parte da nossa vida que não tem expressão material ou física. Pode até está mal dito, mas está certo.
A alma não deseja, não tem saudades, não sofre nem se ri; a alma decide o que o coração e a razão podem decidir.
A alma não é uma essência ou um espírito; é a fonte, o repositório, a configuração interior.
Gêmea não é igual. É parecida. Não é um espelho. É uma janela. Não é um reflexo.
O desejo de encontrar uma alma gêmea não é o desejo de reafirmar a unicidade da nossa existência através de outro que é igual a nós. É precisamente o contrário. É poder descansar dessa demanda.
Uma alma gêmea é a prova que não estamos sozinhos, é a prova de que a alma existe. Uma alma gémea faz curto-circuito com os fusíveis corpo/coração/razão. Não é o quê, é o porquê.
O estado normal de duas almas gémeas é o silêncio.
É outra forma de falar, que consiste numa alma descansar na outra. Não é a paz dos amantes nem a cumplicidade muda dos amigos. Não precisa de amor nem de amizade para se entender. As almas acharam-se. Não têm passado.
Como é que um ninho pode ser ninho de outro ninho? Duas almas gémeas podem ser.
A alma gêmea se conhece no abraço. O coração pára de bater. A existência é interrompida.
No abraço de duas almas gémeas, mesmo quando se amam o abraço parece o fim. Uma pessoa sente-se ao mesmo tempo protegida e protetora. Nenhum outro gesto, nenhuma outra palavra, é preciso para a completar. Pode passar a vida toda. Não importa.
Quando duas almas gémeas se abraçam, sente-se o alívio imenso de não ter de viver. Não há necessidade, nem desejo, nem pensamento. A sensação é de sermos uma alma no ar que reencontrou a sua casa, que voltou finalmente ao seu lugar, como se o outro corpo fosse o nosso corpo perdido desde a nascença.
Opinião de
Chico Leal
17.09.20
O amar e o amor
Érico Veríssimo, grande escritor brasileiro nascido no Rio Grande do Sul, disse certa vez que o amor está mais perto do ódio do que a gente geralmente supõe. São o verso e o reverso da mesma moeda de paixão…
O amor e o ódio são sentimentos fortes e envolventes.
Embora diferentes, são capazes de despertar emoções intensas e podem habitar o mesmo coração, separados apenas por uma linha bem fina. A diferença é que o amor constrói e o ódio destrói.
O amor é cego, não vê maldade, se orienta pelo coração, joga com carinho, se defende com ternura, se aproxima com ilusão, admira as qualidades e aceita os defeitos.
O ódio enxerga além do que vê, se orienta sem razão, joga com ironia, se defende com agressividade, se aproxima sem se iludir e não acha nada para admirar, porque vê maldade até onde não há.
São como dois lutadores numa batalha incessante, um está sempre à espera da fraqueza do outro para romper a linha e transformar amor em ódio ou ódio em amor.
Amar é melhor do que odiar, sem dúvida.
Vale a pena adicionar uma pequena história neste texto.
O marido foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe que já não amava sua mulher e pensava em separar-se.
O sábio escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma palavra:
– Ame-a!
– Mas, já não sinto nada por ela!
– Ame-a! disse novamente o sábio.
E diante do desconcerto do marido, depois de um breve silêncio, o sábio disse-lhe o seguinte:
– Amar é uma decisão, não apenas um sentimento; amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor.
O amor é um substantivo, um exercício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide.
Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas, mas, nem por isso, abandone o seu jardim.
Ame seu par, aceite-o, valorize-o, respeite-o, dê afeto e ternura, admire e compreenda-o.
Isso é tudo. Ame, simplesmente ame!
A inteligência sem amor, te faz perverso.
A justiça sem amor faz você implacável.
A diplomacia sem amor faz você hipócrita.
O êxito sem amor faz você arrogante.
A riqueza sem amor faz você avarento.
A docilidade sem amor, faz você servil.
A pobreza sem amor faz você orgulhoso.
A beleza sem amor faz você fútil.
A autoridade sem amor faz você um tirano.
O trabalho sem amor faz você escravo.
A simplicidade sem amor deprecia você.
A oração sem amor faz você introvertido e sem propósito.
A lei sem amor escraviza você.
A política sem amor deixa você egoísta.
A fé sem amor deixa você fanático.
A cruz sem amor se converte em tortura.
A vida sem amor não tem sentido.
(Do livro Opinião com Chico Leal)
”A violência destrói o que ela pretende defender: destrói a dignidade da vida, a liberdade do ser humano”.
João Paulo II.
Nos últimos tempos temos falado muito em feminicídio.
Feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino.
É o crime que despreza, é o crime que menospreza e desconsidera a dignidade da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do sexo feminino tivessem menos direitos do que as do sexo masculino.
Feminicídio é isso.
E se falamos muito em feminicídio é porque temos razões para isso.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública o Piauí é o estado que possui uma das maiores taxas de feminicídios do Brasil.
Está anotado lá.
Mais de 57% das mulheres mortas no estado, são vítimas desse tipo de crime.
Somos campeões nisso também, infelizmente.
Diante de realidade tão monstruosa, só nos resta, mais uma vez, perguntar:
Por que tantas agressões à mulher?
Por que tantas mortes?
Por que essas mulheres têm que morrer?
O que essas mulheres fizeram de tão ruim? Que crime tão grave foi esse para que sejam punidas com a morte?
Não há ciúme que possa justificar o assassinato de uma mulher.
Esse sentimento de posse que acomete os ciumentos precisa ser erradicado, precisa ser eliminado do coração dos homens.
A mulher e o homem têm que ser livres e com direitos iguais, com direito a autodeterminação, à livre escolha, com direito de decidir por si mesmo.
Um relacionamento, por mais longo que seja, não dá o direito de posse a nenhum dos dois.
Em mulher não se bate, diz um antigo ditado popular.
O poeta Augusto Branco diz mais:
Todas as mulheres são maravilhosas,
são a mais divina criação, donas de todos os sonhos e desejos, inspiração de poetas,
acalanto de homens em guerra.
Salgado Maranhão, outro poeta dos nossos tempos, vai mais longe:
Quem mata a mulher
mata o começo,
o lado oculto da luz,
é como se alguém vedasse
o infinito pelo avesso.
Quem mata a mulher
não mata apenas
o que está em carne e vida,
mata a possibilidade
do que há de vir.
Confunde equilíbrio e força
mistura paixão e forca
e morre no que mata.
Quem mata a mulher
mata o futuro,
interrompe a vocação das flores.
Amar é eternizar.
Tal qual a mulher de César, a política brasileira não só precisa ser séria, também tem que parecer séria.
O político brasileiro precisa ter convicção do que defende.
O político brasileiro precisa ter convicção no que fala;
O político brasileiro precisa ter convicção no que faz e nas decisões que toma.
Quando age com convicção, o político ganha o respeito da população.
Sem convicção geralmente se chega aonde chegamos. Chegamos ao caos político total.
Ter convicção é ter firme certeza daquilo que diz, é ter firme certeza daquilo que faz.
Na política, convicção é acreditar nas suas ideias, nas suas crenças e nos seus princípios.
O político que age com convicção é aquele que sabe perfeitamente o que está fazendo, é aquele que não se mostra inseguro.
Quando falta a convicção, quando o político age sem convicção, age ao sabor do vento e dos interesses pessoais, chegamos a isso.
Chegamos ao caos total.
O político que hoje está de um lado e amanhã está em outro cai facilmente no descrédito popular.
E o descrédito popular é, sem duvida, o caminho mais curto para o fim de uma carreira política.
O político que hoje vota de um jeito e amanhã vota de outro; o político que diz uma coisa hoje e diz outra amanhã, perde o respeito da população e do eleitor.
E quando perde o respeito da população e do eleitor passa a depender exclusivamente daquela parcela abominável da população que vende o próprio voto.
Deve ser triste para um político sobreviver comprando votos.
Muito triste.
É uma espécie de vitória de Pirro, aquela vitória que nem sempre vale a pena.
É uma situação que deve doer na alma do próprio político.
A política é uma atividade que merece respeito.
Fazer política não é ser desleal, não é ser corrupto, embora no Brasil de hoje deslealdade e corrupção estejam umbilicalmente ligadas à política.
Fazer política exige de quem vai exercer um cargo ou um mandato compromisso com a população.
Exige ética.
A política é importante e já chegou a ser definida como uma das mais altas expressões da caridade cristã.
O exercício da cidadania deve levar o eleitor à consciência de que o sujeito da autoridade política é o povo, considerado na sua totalidade como detentor do poder e da soberania.
Seus representantes têm o compromisso e a obrigação de um governo limpo, ético e transparente.
Um representante público que não honra a cadeira que ocupa deve ser julgado e cassado.
Tem que ser banido da atividade política.
Fazer política exige dignidade.
Infelizmente são exigências que parecem em falta na política brasileira.
Talvez você não saiba, mas hoje, 14 de setembro, é o Dia da Cruz.
O Dia da Cruz, ou o dia de exaltação à Santa Cruz, é uma homenagem ao grande símbolo cristão, no qual se acredita que Jesus tenha alcançado a vitória sobre a morte e o pecado.
Conta a tradição que no ano 320 a imperatriz Santa Helena, mãe de Constantino, o primeiro imperador romano cristão da história, encontrou a cruz onde Jesus teria sido morto tornando o local um lugar sagrado e onde tempos depois surgiria a Igreja do Santo Sepulcro.
Nesses mais de dois mil anos, a cruz passou a ser o símbolo da vitória do bem sobre o mal, da justiça contra a injustiça, da liberdade contra a opressão, do amor contra o egoísmo, porque, no seu lenho, Cristo pagou à Justiça Divina o preço infinito do resgate de toda a humanidade.
Jesus, segundo as escrituras sagradas, ordenou que cada cristão carregue a sua cruz.
Esta cruz é diferente a cada dia. Mais pesada hoje, mais leve amanhã, talvez o inverso.
Jesus mandou tomar a nossa cruz a cada dia e essa cruz deve ser assumida com galhardia, sem revolta; deve ser assumida na fé, ainda que com muitas lágrimas.
E lágrimas não têm faltado nessa cruz que nos foi destinada.
Como tem pesado a nossa cruz.
Será que nos faltou força para conduzir a nossa cruz até o final e por isso fomos abandonados ainda no meio do caminho?
Como explicar o padecimento, o sofrimento do povo brasileiro em busca de saúde, de justiça, de moradia, de educação e de segurança?
Como explicar a miséria do nosso povo que ainda hoje clama por água e por comida diante de um sol inclemente e dos ouvidos moucos dos governantes?
Como explicar essa ascensão social tão presente nas estatísticas oficiais, mas nunca concretizada?
Senhor, dai-nos força para carregar a cruz, mas dai-nos também a esperança para que possamos ainda acreditar que um dia tudo será melhor.
Dai-nos dignidade – um valor fundamental e constitucional que norteia todas as nossas atividades.
Dai-nos fé, sobretudo fé, para que a gente ainda possa acreditar nos homens, mesmo diante de tudo que já se viu e ouviu neste país; mesmo diante dessa roubalheira sem fim, mesmo diante da inércia de muitos; mesmo diante das promessas agora e sempre renovadas.
Que o peso da cruz sirva de reflexão para nossos dirigentes e também para todos nós.
Dalai Lama, o líder tibetano, ensina que só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.
Uma árvore em flor fica despida no outono. A beleza transforma-se em feiura, a juventude em velhice e o erro em virtude. Nada fica sempre igual e nada existe realmente. As aparências e o vazio existem simultaneamente.
O inesquecível Renato Russo ensinava, por sua vez, que é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há.
Isso não é tudo.
Lya Luft, uma jornalista e escritora brasileira, professora aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, postou recentemente nas redes sociais excelente texto para a reflexão de todos nós neste momento de grandes incertezas. Diz ela:
Estamos todos na fila.
A cada minuto alguém deixa esse mundo para trás. Não sabemos, sequer imaginamos, quantas pessoas estão na nossa frente.
Não podemos voltar para o fim da fila. Não dá para sair da fila, não é possível nem mesmo evitar a fila.
Então, enquanto esperamos a nossa vez, faça valer a pena cada momento vivido aqui na Terra.
Tenha um propósito.
Motive pessoas.
Elogie mais, critique menos.
Faça um “ninguém” se sentir um alguém quando estiver do seu lado.
Faça alguém sorrir.
Faça a diferença.
Faça amor.
Faça as pazes.
Faça com que as pessoas se sintam amadas.
Tenha tempo para você.
Faça pequenos momentos se transformarem em grandes momentos.
Faça tudo que tiver que fazer e vá além, vá mais distante.
Viva novas experiências.
Prove novos sabores.
Não tenha arrependimentos por ter tentado além do que devia, por ter valorizado alguém mais do que deveria, por ter feito mais ou menos do que podia.
Tudo está no lugar certo.
As coisas só acontecem quando tem que acontecer.
Releve.
Não guarde mágoas.
Guarde apenas os aprendizados.
Liberte o rancor.
Transborde o amor.
Doe amor.
Ame mesmo quem não merece.
Ame sem querer receber nada em troca.
Ame pelo simples fato de você vibrar amor, ame por você ser amor.
Mas sempre ame a si mesmo antes de qualquer coisa.
Esteja preparado para partir a qualquer momento.
Você não sabe seu lugar na fila, então se prepare para deixar aqui apenas boas lembranças.
Suas mãos vão embora vazias.
Não dá para levar malas, nem bens…
Prepare-se diariamente para levar consigo somente aquilo que tens guardado no coração.