A lei deve prevalecer sempre.
Num regime democrático – como o nosso – a lei deve prevalecer sempre.
A lei tem que ser colocada sempre, em qualquer situação, acima de tudo e de todos.
A lei tem que ser sempre o nosso guia, tem que ser o nosso balizamento, tem que mostrar até onde podemos chegar e impor nossos limites.
Limites que em hipótese alguma podem ser ultrapassados por quem quer que seja.
Limites que não podem ser ultrapassados nem pela maior autoridade nem pelo mais humilde dos cidadãos.
Infelizmente, no Brasil atual a lei parece ser exatamente o que menos conta.
Aqui no Brasil, o julgamento preferencial é o político.
Seja qual for a suspeita, encaminha-se logo para o lado político.
E quando o julgamento é político ele nunca é imparcial como determina a lei.
O julgamento político nunca usa o bom senso, nunca usa o senso de justiça que deve nortear todos os julgamentos.
Usa sempre o lado do alinhamento político.
O político nunca julga pela lei, julga pelo oportunismo partidário, julga pelos próprios interesses.
Na política – já dizia o ex-governador do Piauí, Lucídio Portella – amigo não tem defeito, mas o inimigo, se não tiver a gente cria.
O julgamento político segue esse mesmo padrão.
O político não julga conforme as provas, conforme as suspeitas e nunca tem interesse por investigação.
Político – pelo menos no Brasil – detesta investigação.
E quando ele próprio é um dos investigados passa a odiar a investigação e o investigador.
Para o julgamento politico pouco importa o argumento do acusador, pouco importa as provas que venham a ser apresentadas.
Votarão contra simplesmente por que são contra. E pronto.
A lei da política estabelece isso.
Os amigos estarão sempre certos e os adversários estarão sempre errados. Não há meio termo.
Agindo dentro dessa ótica jamais chegaremos a bom termo.
Assim, a maioria sempre estará certa e a minoria sempre estará errada.
Mas um julgamento – mesmo que um julgamento político – não pode e nem deve adotar esse parâmetro.
Os indícios e as provas sempre terão que falar mais alto para condenar ou para absolver alguém.
No Brasil – e no Piauí, em particular – estamos, infelizmente, vivendo essa época, a época do julgamento politico.
O recente bate-boca entre dois ilustres membros do Tribunal de Contas do Estado escancarou de vez aquilo que a gente já desconfiava. Lá os conselheiros, com algumas exceções – imagino eu – tem um jeito bem próprio de julgar amigos e inimigos.
Não à toa vez por outra somos brindados com sentenças descabidas.
Até quando o politico brasileiro vai usar e abusar de mordomias?
Está mais do que na hora de se questionar isso. É preciso acabar urgentemente com o abuso no uso de recursos públicos para pagar salários tão elevados e mordomias as mais diversas a políticos. Essa praga, que atinge todos os níveis da política brasileira, precisa de um basta.
Retorno ao tema a propósito do livro “Um país sem excelências e mordomias”, da jornalista brasileira Cláudia Wallin.
O livro é de 2014, mas permanece atualíssimo.
A jornalista retrata um reino distante, chamado Suécia; um reino distante, mas que tem muito a ensinar aos eleitores brasileiros.
A Suécia é uma das nações mais ricas do mundo, mas lá os parlamentares não aumentam seus próprios salários;
Na Suécia, os parlamentares não possuem carro oficial, motorista ou um cortejo de assessores;
Na Suécia, o parlamentar anda de ônibus, de metrô, de bicicleta e até a pé.
Na Suécia, o parlamentar corre o sério risco de cair em desgraça se usar um táxi sem necessidade ou simplesmente por comprar uma barra de chocolate com o cartão corporativo.
Na Suécia, vereador não tem salário e político vive em casa simples; além disso, o político ainda limpa sua própria casa e dá dicas na imprensa sobre como fazer uma limpeza mais eficaz.
Cláudia Wallin morou dez anos em Estocolmo e jura que isso tudo é verdade. Para nós brasileiros, pode até parecer ficção, mas é verdade, é a mais pura verdade.
Na Suécia é assim.
Deputados e ministros lavam e passam suas próprias roupas.
Qualquer político é chamado simplesmente de você, pois o tratamento de “Excelência” foi abolido faz tempo.
Convém lembrar que a Suécia há menos de cem anos era um país pobre, mas habitado por um povo determinado a sair da pobreza e do atraso.
A pergunta que se faz é: por que a Suécia conseguiu em tão pouco tempo sair da condição de estado pobre para a condição de estado rico, muito rico?
A resposta, por incrível que pareça, é muito simples, bastante simples. A Suécia fez pesados investimentos em educação, ciência, tecnologia, justiça e em projetos nacionais integrados.
Além de não investir como deve em nada disso, o Brasil ainda sustenta o segundo congresso mais caro do mundo – atrás apenas dos Estados Unidos.
O comportamento sueco é um verdadeiro tapa na cara de cada um de nós, dos políticos principalmente.
Não há mais entre os políticos brasileiros qualquer interesse pelas grandes causas nacionais; na política brasileira atual não existe mais o servir; existe apenas o ser servido.
Enquanto o Brasil funcionar assim, não conseguiremos sair desse lamaçal; enquanto o Brasil funcionar assim, político nenhum vai abrir mão de suas mordomias em nome da causa comum.
Se continuar assim, jamais seremos uma Suécia.
Se continuar assim, vamos nos aproximar cada vez mais de uma Venezuela.
Estamos em festa.
A Teresina FM está comemorando neste sábado 14 anos de existência.
Então, neste sábado (15.08) a festa é nossa. Nossa e dos nossos ouvintes, literalmente.
Graças a você, ouvinte, nos sentimos generosamente recompensados pelo árduo trabalho do dia a dia; nos sentimos recompensados pela batalha diária para fazer chegar até você uma programação atual, dinâmica, com música de qualidade e um jornalismo independente e imparcial.
A Teresina FM é fruto da determinação da família Aguiar, uma família de profunda vocação democrática e libertária, capitaneada por Deolindo Aguiar e seus filhos Nicole e Marius.
A Teresina FM veio para fazer a diferença na radiofonia piauiense.
A sua fundação – sem qualquer modéstia – criou um divisor de águas; criou o antes e o depois da Teresina FM. Ao entrar no ar a Teresina FM ressuscitou o rádio piauiense, que há anos vivia no mais profundo ostracismo. Estabelecemos diferenças na maneira de fazer rádio.
São diferenças que o ouvinte facilmente consegue estabelecer quando acompanha nossa programação musical e nossos noticiários.
E é essa diferença que hoje faz com que a Teresina FM seja uma das emissoras mais identificadas com os ouvintes, não só da capital, mas de todas as cidades que recebem nosso sinal, inclusive pela internet.
Como meio de comunicação é inegável a importância do rádio na vida do cidadão e da comunidade. A informação é um direito e uma ferramenta da sociedade, até mesmo para que se promova a transformação social.
Apesar da televisão, do computador e das redes sociais, mesmo com toda tecnologia existente à nossa volta, o rádio continua sendo um dos principais veículos de comunicação de massa em todo o planeta.
O rádio – já disse algumas vezes e torno a repetir – é como gato, tem sete vidas. Por várias vezes já decretaram ou tentaram decretar o seu fim, mas ele sobrevive e a cada crise volta mais fortalecido ainda.
O rádio faz parte da vida de centenas de milhares de pessoas espalhadas pelos quatro cantos do planeta; é o rádio que leva entretenimento e cultura para todas essas pessoas, mesmo nos lugares mais remotos, mais distantes.
Em casa, na roça, no campo, no carro, no trabalho, na caminhada, na mesa do bar. Em todos os lugares, pode-se ouvir rádio. No celular você ouve rádio.
O rádio ao longo do tempo tem sido o nosso fiel companheiro. O rádio é o amigo que nunca te deixa só.
O rádio é o amigo que cura teus males de solidão. O rádio, enfim, é o grande porta-voz da sociedade.
E nós, profissionais da Teresina FM, nos sentimos orgulhosos pela grandeza de nossa missão.
Sabemos da nossa imensa responsabilidade como radialistas e jornalistas que somos.
E nos sentimos mais orgulhosos ainda porque aqui temos sempre a liberdade e a independência necessárias para o bom desempenho da nossa missão.
A Teresina FM é uma emissora de compromisso, sobretudo com a verdade.
E você, ouvinte, sabe disso; você é testemunha de nossa história de vida.
Dizem que a cidade é a professora do homem, dizem que uma cidade é um mundo se amarmos um dos seus habitantes, mas dizem também que cidade é um lugar onde as pessoas ficam sozinhas juntas.
Dizem ainda que a forma de uma cidade muda mais rápido, infelizmente, do que um coração mortal.
Teresina168 anos!
Vejam só!
Nossa cidade menina, graças à pressa do tempo, já é uma respeitável senhora mais do que centenária. De uma menina que a todos encantava, virou uma espécie de trisavó, Às vezes até mesmo uma vozinha mal humorada.
Aliás, por que mesmo tanta pressa? Por que o tempo tem que ser sempre corrido, sem nos dar uma chance sequer a uma pausa para descanso?
Por que não uma pausa suficiente apenas para a fixação em nossa memória de imagens de tempos idos que estão se tornando distantes, bem distantes? Tempos que não voltam mais. Nunca mais.
Teresina, cujos olhos de menina encantam logo à primeira vista, é realmente uma cidade de encantos. Encantos que você tem a obrigação de decifrá-los. Decifra-me ou te devoro, tal qual a esfinge de Tebas.
Embora me esforce ao máximo para conservar alguns resquícios da Teresina antiga, cidade provinciana que sempre nos acolheu, nem sempre de braços abertos, mas está cada vez mais difícil.
A Teresina das ruas de nomes bucólicos, do padeiro e do leiteiro nas portas; de autoridades despachando na calçada ou na sombra sempre aprazível das árvores no quintal de casa acabou há muito.
A Teresina dos bondes, da animação do Clube dos Diários e da praça Pedro II; A Teresina animada da Paissandu, das areias do Parnaíba e do Poti. Essa não existe mais. Está se apagando nas nossas memórias.
Teresina é uma cidade que não cuida do seu passado, infelizmente. Dai a condenação das gerações às trevas da ignorância.
Não era para ser assim, mas é.
Não estamos deixando para os que veem pela frente nem mesmo pequenos indícios de que em Teresina também existiu um começo, existiu um primeiro passo.
Teresina sempre foi seletiva. Nem todos os que aqui chegam aqui ficam. Muitos voltam pelo mesmo caminho, na mesma pisada. Só fica quem resolve desafiar a cidade e a sorte.
Mas os que conseguem sobreviver têm sempre uma palavra de gratidão, de respeito e de amor pela cidade.
A acolhida pode até não ter sido muito agradável, mas com a convivência e o passar do tempo, começamos a perceber quão acolhedora é nossa capital. Ninguém resiste.
No mais, é só concordar com o poeta Mário Quintana:
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso…
Ao comparecer à cabine de votação no dia da eleição – como sempre – o brasileiro terá à sua frente e à sua inteira disposição três alternativas.
O voto é o instrumento ideal para que o eleitor possa manifestar sua opinião.
É com o voto que ele aprova ou desaprova um gestor, um deputado, um senador, um vereador, um prefeito.
É o voto – o seu voto – que bota e tira; que elege e derrota.
O voto é um direito do cidadão.
O voto é para ser usado.
Quem não vota está fugindo à luta, está se omitindo de um processo legítimo que lhe confere todo o poder de mudar, mas que lhe confere também o direito de deixar tudo como está.
A escolha é sua, somente sua.
As pessoas precisam entender desde cedo a importância de comparecer à sua secção eleitoral no dia da votação.
Precisa entender que – apesar de lhe ser facultado esse direito – votar nulo é fugir da luta.
Você tem o direito de votar nulo, é claro, mas ao praticar esse tipo de voto você está se omitindo, você estará lavando as próprias mãos e perdendo o direito de se manifestar, perdendo o direito de cobrar algo.
Estamos vivendo uma situação difícil – todos sabem disso – e nesses momentos de dificuldades precisamos ter coragem para decidir o nosso rumo.
Então precisamos ter a coragem de escolher, precisamos ter a coragem de votar em alguém, de eleger alguém; precisamos ter a coragem de optar por alguém.
Precisamos assumir a nossa responsabilidade.
Apesar de tudo que está acontecendo no Brasil, a política é indispensável.
Não podemos continuar olhando a política como uma coisa nojenta e imprópria.
No mundo, como na política, existem os bons e os maus.
Há políticos bons.
Procure melhor que você certamente irá encontrá-los.
Sempre que se revela o abandono da região Sul do Piauí, a tese de divisão do estado volta à tona. Estranhamente neste tempo de vacas magras, o assunto não veio a tona. Os vaqueiros mais influentes estariam de bucho cheio, por acaso?
Desde o início do século XX a criação do estado do Gurguéia, uma espécie de Piauí do Sul, ganha força momentânea nessas ocasiões de dificuldades para depois voltar ao esquecimento, ao abandono nas gavetas do poder.
A população do Sul desde sempre reclama da situação de abandono a que a região foi relegada.
O Extremo Sul do Piauí é uma região de grande produção agrícola e pecuária.
É uma região que gera impostos, mas mesmo assim é desassistida.
Não recebe de volta os benefícios que precisa e que merece.
A falta de estradas talvez seja apenas a parte mais visível das questões cruciais da região.
Mas a verdade é que a região do Gurguéia não precisa apenas de estradas para escoar sua produção agrícola.
Precisa de muito mais.
Precisa, por exemplo, de energia elétrica de qualidade capaz de movimentar máquinas para que empresas possam se instalar.
Precisa gerar empregos.
Precisa de saúde de qualidade e de hospitais equipados.
Precisa de escola de qualidade, precisa de abastecimento d’água e de saneamento básico.
Precisa disso e de muito mais.
Isso faz com que a população do Sul do Piauí se sinta simples pagadora de impostos.
Faz com que os moradores se sintam vítimas de uma derrama igual àquela da época do domínio português, onde a coroa ficava com todo o ouro e nada devolvia em troca.
Quando alguém defende a divisão do Piauí talvez entenda que, com a divisão, o novo estado teria pelo menos uma estrada de vergonha.
O estado do Gurguéia pode até nascer um estado pobre, mas com certeza hoje não estaria tão maltratado.
O ideal é que o Piauí permaneça um só, permaneça um estado único, mas um estado que trate sua população de forma igualitária, sem privilégios para um lado só.
Quem condena a proposta de criação do estado do Gurguéia tem necessariamente que examinar a questão também por esse lado.
Não se trata apenas de dividir a pobreza, de dividir a miséria, como alguns pregam.
A divisão pode até ser benéfica tanto para o Norte como para o Sul.
Para o Norte um alívio, por não ter condições de investir no desenvolvimento do Sul.
E para o Sul porque a região teria sua própria oportunidade de crescimento. Afinal, não há como acreditar num Sul forte com o tratamento que vem recebendo ao longo dos séculos.
Solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. Ser solidário é enxergar no próximo as lágrimas nunca choradas e as angústias nunca verbalizadas.
Neste 10 de agosto, Dia da Solidariedade Cristã, faça da solidariedade o seu lema, pois além de cuidarmos de nós mesmos também podemos mudar a vida dos outros.
A solidariedade converte em direito o que a caridade dá como favor.
Na solidariedade, se não pudermos dar o céu, oferecemos a lua.
Se a lua for impossível, oferecemos as estrelas.
Se não pudermos alcançar as estrelas, oferecemos o mar.
Se não pudermos dar o mar, oferecemos as ondas.
Se não pudermos dar o peixe, ensinaremos a pescar.
Se não pudermos dividir o choro, tentaremos consolar.
Se não pudermos ser a solução para os problemas, ajudaremos equacionar.
Se não pudermos dar riquezas, encontraremos formas para ajudar.
Se não pudermos ser os anjos de guarda, seguiremos unidos o caminhar.
Se não pudermos rezar juntos, oferecemos as nossas preces.
Por fim, a única certeza de que temos e podemos oferecer, são nossas orações, nosso amor e a nossa amizade, que são únicos, são nossos e que, realmente, nos pertencem de verdade.
Quanto mais solidariedade, mais amor, mais unidade, menos julgamento.
Dizem os poetas que solidariedade é fazer o bem sem olhar a quem.
É doar não só o que não te serve mais, mas também aquilo que você tem em abundância.
Solidariedade é um gesto de amor praticado por pessoas de coração puro e de alma generosa.
A solidariedade é um ato de bondade com o próximo.
Quem pratica o ato de ser solidário, não ajuda apenas o próximo, mas ajuda a si mesmo.
Quem ajuda o próximo passa a entender as dificuldades e consegue enfrentá-las de uma maneira diferente, se torna uma pessoa mais feliz e realizada, e sabe encontrar o verdadeiro sentido da vida.
No centro de qualquer prática solidária está o princípio da consideração com o outro.
Trata-se de um exercício de empatia, de não se resignar diante de uma situação que pode ser modificada ou atenuada.
Como José Saramago, escritor português, creio no direito à solidariedade e no dever de ser solidário.
Creio que não há nenhuma incompatibilidade entre a firmeza dos valores próprios e o respeito pelos valores alheios. Somos todos feitos da mesma carne sofrente. Mas também creio que ainda nos falta muito para chegarmos a ser verdadeiramente humanos. Mas, talvez, o seremos alguma vez…
Shakespeare dizia que ter um filho ingrato é mais doloroso do que a mordida de uma serpente. Sábio é o pai que conhece o seu próprio filho.
Domingo que vem será mais um daqueles dias em que a saudade aumenta e que o lugar vazio na cabeceira da mesa incomoda ainda mais.
Mas domingo também será dia para lembrar de coisas boas, dos bons momentos vividos, dos sorrisos largos e dos abraços apertados. Será dia de lembrar até mesmo dos inevitáveis puxões de orelhas, invariavelmente para o bem.
Domingo é o Dia dos Pais.
Para quem ainda tem o seu, o domingo, com certeza, será de festa, será um dia de grandes manifestações de alegria em família.
Para quem já não tem pai, o domingo será um dia de lembranças e de saudades, de muitas saudades e de doces lembranças.
Será dia de lembrar as histórias que ele contava.
Será dia de lembrar que no fim da tarde ele era sempre esperado na calçada da casa. Cada filho querendo ser o primeiro a vê-lo chegar.
Mas um dia ele se foi.
E se foi sem que pudesse me despedir, sem que pudesse vê-lo partir. Foi deixando muitas saudades, mas também deixando muitos ensinamentos.
Com ele aprendi que ser pai não é dar ao filho o que ele quer, mas sim o que ele necessita para encontrar o próprio caminho.
Aprendi que ser pai não é apenas estar presente quando o filho precisa, mas também ausentar-se quando ele não necessita.
Aprendi que ser pai não é querer o filho para si, mas saber dividi-lo com quem ele prefere conviver.
Aprendi que ser pai não é somente gostar dos bons resultados das coisas que o filho faz, mas compreender e dividir os maus resultados.
Aprendi que ser pai não é amar o filho que você quer que ele seja, mas amá-lo como ele é.
Aprendi que ser pai não é apoiar o filho quando se quer, mas sim quando ele quer.
Aprendi que ser pai não é construir o filho, mas apoiá-la em sua construção e reconstrução.
Com ele aprendi que ser pai não é sufocar o filho, mas deixá-lo vir a você quando ele precisar.
Com ele aprendi que a vida é cheia de obstáculos, ondas, castelos de areia, muros e quebra-cabeças. Mas também aprendi que para cada dificuldade existe uma solução.
Aprendi que para combater os obstáculos devemos retirá-los do caminho, para vencer as ondas devemos surfar por cima sem temer, para reconstruir um castelo devemos juntar a areia que os ventos fortes levaram e erguer a cabeça.
Aprendi que, agindo assim, quando nos dermos conta ele estará em pé.
E para o quebra cabeça é fácil. Talvez parar e refletir nos ajudará a juntar cada peça e colocar em seu devido lugar.
Feliz Dia dos pais!