Sem remuneração, motoristas e cobradores de ônibus ameaçam nova paralisação do sistema
Matéria de Luciano Coelho
A crise do transporte público de Teresina ainda não chegou ao fim. Apesar do acordo firmado entre a Prefeitura Municipal e os consórcios das empresas, o qual previa o aumento de 40% na circulação da frota de ônibus, restam alguns percalços para a volta à normalidade, como o pagamento efetivo das parcelas negociadas pela Prefeitura e o repasse dos salários dos trabalhadores do sistema.
Motoristas e cobradores de ônibus se reuniram com empresários para discutirem o retorno dos veículos às ruas e a quitação de dívidas. A reunião ocorreu na sede do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos (Setut), onde os trabalhadores reivindicaram o pagamento dos salários integrais e a assinatura do dissídio coletivo da categoria.
Os funcionários alegam que as remunerações têm sido pagas por meio de diárias, embora tenham se manifestado de forma contrária à medida. Defendem ainda o salário de R$ 2.209,00 para os motoristas e R$ 1.288,00 para os cobradores, além da volta do tíquete alimentação, plano de saúde e jornada de trabalho de 7h20. Entretanto, não houve um consenso e persiste a ameaça de paralisação para os próximos dias.
Em relação à frota de ônibus, os consórcios atenderam às ordens de serviço emitidas pela Superintendência Municipal de Trânsito (Strans), mas, até agora, somente os consórcios da zona Norte e da zona Sul receberam o valor referente à primeira parcela do acordo no valor de R$ 4,5 milhões.
Nesta quarta-feira (13), o prefeito Dr. Pessoa (MDB) confirmou que o preço da meia passagem está mantido em R$ 1,35, mas pretende implementar a gratuidade a todos os estudantes da rede pública de ensino básico.
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) informa que se reuniu na última terça-feira (12) com o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintetro), buscando esclarecer sobre as negociações firmadas com o Município de Teresina.
Tratadas as dificuldades da categoria dos motoristas e cobradores de ônibus, esclareceu-se que tão logo seja realizado o pagamento pelo Ente Municipal dos meses de outubro, novembro e dezembro, há o compromisso de atualização das folhas que atrasadas referentes à 2021.
Além disso, será realizado o pagamento da última parcela do acordo de 2020 feito entre Sintetro e Prefeitura, no valor aproximado de R$ 720 mil, como também será preservado o pagamento do piso salarial da categoria mantido ao longo da pandemia.
A entidade reitera que infelizmente, no momento, não há condições financeiras de se discutir quaisquer pontos econômicos e financeiros no sistema, tendo em vista que a demanda de passageiros transportados ainda se encontra num patamar inferior aos 25% registrados antes da pandemia. Ou seja, o sistema ainda se encontra muito distante do necessário para a sua manutenção.
Os empresários estão à disposição e abertos para o diálogo com os trabalhadores, a fim de solucionar as dificuldades do setor. Destacam ainda que o objetivo principal de ambos os lados deve ser o atendimento das demandas dos passageiros, sempre com segurança, eficiência e agilidade.