Rádio Nacional e Rádio Bandeirantes incorporam produções históricas em suas programações e marcam gerações de ouvintes
Matéria de Rodrigo Carvalho
Agência Nordestina de Notícias (ANN)
Essa é a segunda de uma série de quatro reportagens sobre a história do rádio no Brasil. Na segunda-feira (5), você viu que o discurso do presidente Epitácio Pessoa e a invenção do padre Landell de Moura marcam o pioneirismo do país na transmissão radiofônica.
O rádio começa a se consolidar como um veículo de comunicação de massa em meados da década de 1930, durante a qual várias emissoras surgiram.
Nesse período, a Rádio Sociedade deixou de ser propriedade de Roquette Pinto e passou a pertencer ao Ministério da Educação, tornando-se a Rádio MEC (atual Empresa Brasil de Comunicação – EBC).
A Rádio Nacional, sediada no Rio de Janeiro, entrou no ar em 12 de setembro de 1936. Quatro anos depois, em meio ao Estado Novo de Getúlio Vargas, a emissora foi estatizada e passou a servir a um projeto governamental de valorização da cultura brasileira.
Pioneira na exibição de radionovelas, a Rádio Nacional transmitiu a primeira, “Em Busca da Felicidade”, em 5 de junho de 1941. Uma década depois, a novela “Direito de Nascer”, adaptação de um folhetim cubano, conquistou o público e se tornou um dos maiores clássicos de todos os tempos.
Os homens foram os primeiros a virarem ídolos da música em um mundo feito para eles. Ser mulher nas primeiras décadas do século XX não era fácil; almejar ser artista pior ainda. Entretanto, foi o rádio que proporcionou a cantoras como Carmem Miranda, Aracy de Almeida e Isaurinha Garcia terem seu espaço e alcançassem sucesso.
No jornalismo, o Repórter Esso, versão de um programa da rádio norte-americano, foi o primeiro noticiário radiofônico do país. Após a chamada Era de Ouro do rádio, outras inúmeras emissoras foram criadas e se destacaram Brasil afora.
A Rádio Bandeirantes, por exemplo, foi vanguardista ao implementar uma programação 100% jornalística e realizar transmissões esportivas.
Com a chegada da televisão na década de 1950, que trouxe consigo os artistas e grandes anunciantes, muito se falou em decadência do rádio. Os programas de auditório perderam o apreço do público e muitos foram extintos.
Contudo, o veículo de comunicação mais popular conseguiu se reinventar. Atualmente, na era digital, o rádio ganha cada vez mais espaço e, cem anos depois, segue tendo o maior alcance de todas as mídias.
Na quinta-feira (8), você confere o relato de Raimundo Albuquerque, proprietário de uma empresa que fabrica aparelhos de rádio e um dos pioneiros em estudos radiofônicos no Piauí.