Segundo a empresária, que fez curso de sommelier de mel na Itália, o produto deve ser mais explorado em sua dimensão alimentícia
O mel, alimento em estado líquido e viscoso produzido pelas abelhas, foi consumido pela primeira vez no Antigo Egito há mais de 7 mil anos. De lá para cá, além da gastronomia, a substância tem sido utilizada para fins medicinais e cosméticos. No Brasil, quinto maior produtor mundial, é destinado principalmente ao uso terapêutico.
Porém, na visão da apicultora Teresa Bastos, que se descreve como sommelier de mel, a substância possui o potencial de ser explorada para a degustação. “Fiz um curso on-line ministrado direto da Itália, de onde nos enviaram cerca de 24 potes de mel. Entre frutados, aromáticos, vegetais e animais, os sabores são completamente diferentes dos que temos aqui”, contou.
Em entrevista ao JT1 da Teresina FM, a empresária diferenciou o melaço, natural da cana de açúcar, e o mel propriamente dito, fabricado pelas abelhas. Também destacou que o Piauí é o maior exportador de mel do Brasil, segundo levantamento feito pelo Ministério da Economia neste ano. De acordo com Teresa, uma série de fatores leva o produto do estado ser valorizado no mercado externo.
“O nosso mel possui uma qualidade excelente, com variedade de cores, sabores e frutadas, sendo vendido puro ou em misturas com outros méis. Além disso, como é fabricado por pequenos produtores, apresenta pouca ou nenhuma contaminação por agroquímicos e custam muito barato”, apontou.
A apicultora salientou ainda que vende mel pelo preço de indústria, na empresa que mantém ao lado do pai, e atesta aos consumidores a qualidade do produto contratando funcionários, adquirindo maquinário e embalagens apropriadas e obtendo autorização da Vigilância Sanitária. Contudo, assinalou o aumento no preço do alimento devido ao encarecimento das exportações: de R$ 4,50/kg no ano passado a R$ 17,00 neste ano.
Por fim, Teresa ressaltou a diferença entre o consumo de mel no Brasil, que gira em torno de 700 g por habitante, e o registrado em países europeus, por volta de 1,5 kg por habitante. “Esses dados demonstram que precisamos associar o mel não apenas à medicação, mas também a um ingrediente de altíssimo valor nutricional e gastronômico”, completou.