Embora tenha aumentado após a pandemia, demanda por voos está abaixo dos índices registrados nos anos anteriores
Um dos efeitos mais notáveis da pandemia de Covid-19 foi o isolamento social imposto para evitar a proliferação do vírus. Devido a essa medida, milhões de pessoas no Brasil tiveram de interromper o hábito de viajar; agora, em meio à flexibilização dos protocolos sanitários, a procura pelas viagens aos poucos volta aos patamares anteriores.
Porém, na avaliação de Jorge Leite, presidente estadual da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-PI), embora a maioria das pessoas nutra o desejo de viajar, a renda delas não teve um aumento correspondente.
“Os preços estão realmente fora da normalidade. O trajeto aéreo entre Teresina e São Paulo custa R$ 3 mil; uma viagem de ida e volta daqui para Brasília não sai por menos de R$ 5 mil. Essa carestia não acontece somente no Brasil, mas no mundo todo, ainda que as dimensões continentais do país também influenciem na alta dos valores”, explicou ao JT1 da Teresina FM nesta sexta-feira (27).
Leite, que também é diretor da Agência Global Tour Teresina, destacou que o assunto foi discutido durante uma reunião da Abav nacional realizada em Natal, da qual participou recentemente. Entretanto, os preços dependem da demanda, que ainda não tem sido tão grande quanto no período pré-pandêmico.
“As companhias aéreas pertencem a empresários, que definem os custos dos voos de acordo com a procura dos passageiros. Acredito que o preço começará a reduzir quando o valor dos combustíveis também baixar”, considerou.
Enquanto isso não acontece, a alternativa encontrada por muitos piauienses tem sido o transporte terrestre. O agente de viagens citou o caso dos concurseiros, que viajam para outros estados, de ônibus, de três a cinco dias antes de suas provas porque não possuem condições de arcar com as passagens de avião.
O entrevistado apontou ainda as belezas naturais localizadas no próprio Piauí, como a Rota das Emoções, no litoral, o Cânion do Rio Poti, na Serra da Ibiapaba, e o Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato.
“Nosso estado conta com várias atrações turísticas fantásticas, mas que são pouco divulgadas e carecem da infraestrutura necessária. Os órgãos governamentais precisam investir mais na promoção desses locais e no fornecimento de água potável, energia elétrica e internet”, finalizou.