Executivo da associação menciona incremento de quatro a cinco milhões de toneladas produzidas no estado nas duas últimas décadas
A safra de grãos do Piauí deve apresentar, em 2022, um crescimento de 20% em relação à do ano passado, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O diretor executivo da Associação dos Produtores de Soja do Piauí (Aprosoja-PI), Rafael Maschio, considera que a produção de grãos registrou um incremento de quatro a cinco milhões de toneladas nas duas últimas décadas.
“Há cerca de dez, 20 anos, produzíamos em torno de um milhão de toneladas. Passamos para cinco, seis milhões nas safras 2020/21 e 2021/22; ou seja, aumento de mais um milhão em apenas um ano”, explicou ao JT1 da Teresina FM nesta quarta-feira (13).
Para Maschio, os números são justificados pelas “condições excelentes” das chuvas iniciadas em outubro do ano passado, período no qual a semeadura dos grãos teve início, até maio deste ano, quando as colheitas foram encerradas.
Além da soja, carro-chefe do setor agropecuário piauiense, que ocupa metade (3,2 milhões) da lavoura total (6,1 milhões) do estado, o milho também teve destaque, passando de 2 milhões para 2,7 milhões de toneladas.
“As culturas do cerrado representam 95% da produção do Piauí. Por questões geográficas, os cultivos estão concentrados nas regiões sul e sudoeste, justamente onde esse bioma está presente, mas não há uma limitação nesse sentido: cerca de 20 mil hectares da área de soja [900 mil ao todo] ficam fora do cerrado, especialmente nas regiões norte e meio-norte”, salientou Maschio.
O valor bruto da produção agropecuária, índice utilizado pelo Ministério da Agrícultura para quantificar as safras em reais, era “praticamente insignificante” no estado duas décadas atrás, afirmou o diretor. Em 2022, a projeção é de que chegue a R$ 14 bilhões, equivalente a 27% do Produto Interno Bruto (PIB) piauiense, avaliado em R$ 52 bilhões em 2019.
“Só quem conheceu a região sul naquela época, ao comparar com os dias atuais, percebe as mudanças geradas nos setores de comércio, serviços e transporte. Uruçuí [a 460 km de Teresina], por exemplo, possui 40% da mão de obra formal no setor”, apontou.
Em relação à exportação, o principal porto que escoa a produção piauiense é o de Itaqui, em São Luís, no Maranhão, a 439 km de Teresina. “Os grãos são armazenados em um terminal de grãos e, posteriormente, adquiridos por trading companies, que os vendem para países do exterior, sobretudo a China”, finalizou o entrevistado.