Protesto realizado em frente à reitoria foi organizado por movimentos estudantis que reivindicam retorno híbrido
O vice-reitor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Viriato Campelo, envolveu-se em uma discussão com estudantes em ato organizado por movimentos estudantis nesta quarta-feira (15). Questionado pelos alunos sobre o período 2021.2, a ser realizado no primeiro semestre de 2022, o gestor afirmou que aqueles que estivessem incomodados deveriam “ir para outra universidade”.
Os manifestantes estavam concentrados em frente à reitoria da instituição e apresentavam demandas a respeito do retorno às aulas no ano que vem. A UFPI vem anunciando uma volta ao sistema presencial ainda no início de 2022, bem como pretende implementar três períodos em dois semestres, sendo o inaugural composto por apenas 75 dias. A média de duração de um período regular é de cinco meses.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Campelo se aproxima da manifestação e começa a discutir com os alunos presentes. Uma estudante o indaga se é possível concluir um período em 75 dias, recebendo uma resposta afirmativa do vice-reitor. Na sequência, o gestor comenta que quem não concordasse com as medidas da UFPI deveria estudar em outra instituição.
Nesse momento, outra estudante se insurge: “Você não pode falar para ninguém sair da universidade. Você não tem esse direito”, dispara. Campelo então se aproxima da aluna e aponta o dedo frente ao seu rosto, continuando a discussão e precisando ser contido pelas demais manifestantes.
Cercado, o vice-reitor se afasta sob gritos de “a universidade é nossa” e “você nem foi eleito, interventor do Bolsonaro”. Campelo responde às críticas com um sinal de positivo e deixa o local.
Além da brevidade do período 2021.2, os movimentos estudantis reivindicam um retorno híbrido, ao invés de presencial, que conte com protocolos robustos de segurança contra a Covid-19, bem como a garantia de funcionamento do Restaurante Universitário (RU), da Residência Universitária e do sistema de transporte coletivo.
As demandas figuram em uma carta de reivindicações de autoria dos próprios discentes, que critica os cortes orçamentários e a falta de transparência por parte da administração da universidade.
“Estamos pensando e repensando coletivamente alternativas para que consigamos superar um modelo de ensino remoto e retomemos qualitativamente para o ensino presencial […] Acreditamos que o ensino híbrido é uma maneira de construirmos esse retorno e que a discussão não se encerre por aí, mas seja permanente com toda a comunidade acadêmica”, diz trecho.
Algumas das premissas apresentadas pela carta incluem a representação estudantil nas comissões que debatem o retorno das aulas, transparência sobre o calendário acadêmico e propostas de biossegurança (uso de máscaras PFF2, higienização das mãos, limpeza e desinfecção das salas e vacinação obrigatória). Confira a íntegra do documento clicando aqui.