Medida será adotada pela categoria caso o governo do Estado não se manifeste acerca do reajuste do piso salarial
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Piauí (Sinte-PI), em assembleia geral marcada para a próxima quarta-feira (23), deve decretar greve da categoria por tempo indeterminado, o que afetaria o início das aulas presenciais na rede estadual de ensino, previsto para 3 de março.
De acordo com Carlito Pereira, representante de uma comissão de professores que atua nas atividades promovidas pelo Sinte, a paralisação ocorrerá caso o governo siga em silêncio a respeito do reajuste do piso salarial de 33,24%, determinado pelo Ministério da Educação.
“A Lei 11.738/08 institui o piso nacional para educadores do ensino básico, que deve ser obrigatoriamente cumprido pelos entes federal, estaduais e municipais. Aqui no Piauí, até mesmo prefeituras de cidades com economia precária já implementaram o reajuste; o governo do Estado, no entanto, ainda que conte com as transferências do Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb), ainda não sinalizou se concederá o aumento”, esclareceu em entrevista ao JT1 da Teresina FM.
Outro ponto que adiou o retorno às atividades presenciais, transferidas de fevereiro para março, foi o agravamento da pandemia de Covid-19. Pereira ressaltou que as condições sanitárias são indispensáveis para o processo de retomada das aulas.
“O Karnak inclusive baixou portaria que determina o início das aulas, de forma remota, na próxima segunda-feira (21). Se o governo pagar o piso e o cenário pandêmico melhorar, haverá pela parte do corpo docente uma nova avaliação a respeito do ensino presencial”, afirmou.
Por fim, o professor fez questão de diferenciar os educadores da rede municipal, que estão efetivamente em greve, e os da rede estadual, os quais cumprem apenas o recesso da categoria, enquanto aguardam a definição do piso salarial.