Líder do governo na Câmara afirma que reajuste estava dentro dos limites da Prefeitura
Matéria de Wanderson Camêlo (com colaboração de Eric Souza e Lilian Oliveira)
A Câmara de Vereadores de Teresina aprovou o projeto de lei que reajusta, em 16%, o salário dos professores do município. As duas votações aconteceram na sessão plenária desta terça-feira (22).
Vários professores acompanharam, virtualmente, a votação do lado de fora da Câmara. Os docentes protestaram com gritos e faixas contra o prefeito de Teresina, Doutor Pessoa (MDB), e os parlamentares que votaram a favor da proposta.
No total, 28 vereadores participaram da sessão, apenas cinco foram contra o projeto: Ismael Silva (MDB), Paulo Lopes (PSDB), Aluísio Sampaio (Progressistas), Edson Melo (PSDB) e Evandro Hidd (PDT).
O líder do governo na Câmara, Renato Berger (PSD), afirmou que o reajuste concedido esteve dentro dos limites da Prefeitura. “A vontade da gestão municipal era aumentar em 33%, mas não podemos ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. O prefeito está encaminhando uma proposta de aumento para todos os servidores, já que o governo federal só elevou o piso, mas não deu um centavo sequer”, frisou.
Por outro lado, o coordenador geral do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindserm), Sinésio Soares, não poupou os parlamentares que votaram a favor de um reajuste menor.
“Esses vereadores se venderam por emendas que chegam a R$ 100 mil. Achávamos que somente dois se oporiam à proposta, mas tivemos três a mais. Quanto à greve, a imensa maioria dos servidores concordou em dar prosseguimento; amanhã faremos passeata até a assembleia do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte), onde protestaremos contra o governador e o prefeito corruptos”, garantiu.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindserm) realizou na segunda-feira, 7 de fevereiro, uma manifestação em frente ao Palácio da Cidade, sede da Prefeitura de Teresina, como ato inaugural da greve dos professores da rede pública de ensino.
Os profissionais chegaram a acampar diante da Câmara de Teresina (CMT), exigindo o reajuste linear do piso do magistério em 33,23%, conforme prevê a legislação federal. Além disso, os servidores pedem o rateio das sobras do Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb) de 2021.
Joaquim Caldas não gostou da ideia do colega Ismael Silva, que defendeu a exoneração de comissionados para abrir espaço nas finanças da Prefeitura visando o pagamento integral do piso (33,24%). O emedebista, então, aconselhou Silva a entregar os cargos que possui na gestão municipal.
O vereador do PSD rebateu, rispidamente, dizendo assim: “se o município realmente quiser, fica até o recado para se o líder do governo quiser repassar para o prefeito… Se quiserem pegar os cargos, têm o total direito. Se quiserem redistribuir com o vereador Joaquim Caldas, também podem ficar à vontade”.
A acréscimo passa a ser implementado já no próximo mês, junto com o reajuste de 10% prometido pelo executivo municipal às demais categorias de servidores.
Ismael fez questão de apontar que seu voto não foi contrário ao reajuste, mas ao percentual concedido. “Podia ter sido maior, levando em conta a defasagem da categoria, que nos dois últimos anos empreenderam esforços hercúleos em meio à pandemia e não tiveram nem mesmo a revisão geral anual. Seguimos em defesa de uma maior valorização dos educadores”, ressaltou.
Com exceção do presidente, Jeová Alencar (MDB), que só vota em caso de empate, foram a favor do reajuste de 16% Neto do Angelim (PP), Valdemir Virgino (PP), Venâncio Cardoso (PSDB), Gustavo de Carvalho (PSDB), Joaquim Caldas (MDB), Teresinha Medeiros (União Brasil), Luís André (União Brasil), Renato Berger (PSD), Elzuila Calisto (PT), Dudu (PT), Deolindo Moura (PT), Capitão Roberval Queiroz (DEM), Markim Costa (sem partido), Bruno Vilarinho (PTB), Levino de Jesus (Republicanos), Thanandra Sarapatinhas (Patriota), Fernanda Gomes (SD), Enzo Samuel (PDT), Allan Brandão (PDT), Vinício Ferreira (Avante), Pollyana Rocha (PV) e Leonardo Eulálio (PL).