16/11/2024

Educação

Após reunião com sindicato nacional, professores da UFPI adiam greve marcada para quarta (23)

Paralisação será substituída por um ato dos servidores federais, marcado para começar às 8h, na praça do Fripisa

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Publicado por: FM No Tempo 22/03/2022, 10:28

Uma assembleia geral realizada na última sexta-feira (18) pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Piauí (ADUFPI) aprovou o indicativo de greve dos professores juntamente ao restante da categoria dos servidores federais, que articulam uma mobilização nacional em prol do reajuste salarial de 19,99%.

Entretanto, após deliberação com representantes da Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes-SN), ficou decidido que não haverá paralisação imediata nesta quarta-feira (23), como fora definido anteriormente.

Professora enumera reivindicações dos servidores federais (Foto: Teresina FM)

De acordo com Juliana Teixeira, diretora de comunicação da ADUFPI, os servidores realizarão neste dia um ato, a partir das 8h, que terá como ponto de partida a praça do Fripisa, no Centro de Teresina. “Essa manifestação será organizada pelo Fórum Estadual pelos Direitos e Liberdades Democráticas e busca reforçar a necessidade da luta da nossa categoria, que está sem reajuste desde 2017 e com perdas salariais desde 2011”, afirmou em entrevista ao JT1 da Teresina FM.

Além do aumento salarial, a greve também tem outras demandas, tais como a revogação da Emenda Constitucional (EC) nº 95/2016, que estabeleceu o chamado “teto de gastos”, pelo período de 20 anos, nas despesas governamentais; e a recusa à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, que propõe uma reforma administrativa no serviço público federal.

“Acredito que o estopim ocorreu quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizou um reajuste para os policiais federais, inclusive reservando parte do orçamento da União, mas pediu apenas ‘compreensão’ aos demais servidores, que igualmente sofreram durante a pandemia e antes dela”, apontou a professora.

Juliana lembrou que, no início da crise sanitária, a aplicação do ensino remoto, embora rejeitado pela ampla maioria da comunidade acadêmica, foi necessária; dois anos depois, com a implementação gradual do sistema híbrido (EAD + presencial), a ADUFPI realiza uma pesquisa para demonstrar os impactos da pandemia na saúde mental dos professores, frequentemente acusados de “não fazerem nada”.

Docentes da UFPI participam de manifestações a favor da categoria (Foto: Korina Rodrigues/ADUFPI)

“Além disso, a atual situação orçamentária da universidade é crítica: estamos testemunhando cortes abruptos nas bolsas de pesquisa (graduação, mestrado, doutorado), demissão em massa de funcionários terceirizados, problemas na manutenção da estrutura… Todos esses aspectos acabaram camuflados pela preocupação com a pandemia”, denunciou.

Por fim, a diretora considerou que não somente os educadores são prejudicados diante desse cenário de negligência, mas também os alunos que frequentam a universidade e, sobretudo, os que ainda vão ingressar nela.

“Se somos uma sociedade que defende a educação de forma efetiva, precisamos valorizar as reivindicações da categoria docente. Muitos pensam que seus semestres serão afetados com a greve, mas é preciso raciocinar a longo prazo: qual ambiente universitário será legado às próximas gerações?”, completou.

Confira a entrevista completa no Jornal da Teresina 1ª Edição desta terça-feira (22):

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