Nomes citados incluem o ex-vereador Fernando Gomes e o suplente de deputado estadual Paulo Martins
Matéria de Rodrigo Carvalho
Essa é a segunda de uma série de reportagens sobre o Instituto Brasil e o Proaja. Na segunda-feira (23), você viu denúncias de professores credenciados ao Instituto a respeito de dois meses de atraso nos salários.
A suposta ligação do Instituto Brasil a políticos ganhou espaço em matérias de blogs e portais de Parnaíba, o epicentro da confusão entre professores do Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos (Proaja) e os donos do instituto.
No conhecido Portal do Bikanka, o nome do ex-vereador Fernando Gomes, anteriormente filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), é citado como alguém que daria amparo político ao Instituto Brasil. O nome do ex-parlamentar é atrelado ainda ao suplente de deputado estadual Paulo Martins, hoje no Solidariedade, mas à época pertencente aos quadros do PT.
Indagado pela reportagem da Teresina FM se tinha ligação com o instituto em questão, Gomes nega, mas ao mesmo tempo diz conhecer o projeto que, segundo ele, teria sido apresentado por Martins.
“Não temos ligação nenhuma com o instituto, sou servidor público federal. O que ocorreu é que o deputado Paulo é um amigo de infância, somos conterrâneos de Campo Maior e sou padrinho de uma de suas filhas. Quando ele falou dessa política pública [o Proaja], cujo alcance social é de extrema importância, disse que havia a possiblidade de trazer esses cursos para cá”, declara.
O suplente Paulo Martins também nega qualquer vínculo com o Instituto Brasil, confirma que tem uma “amizade” com o ex-vereador de Parnaíba e especula que talvez por isso tenha sido citado.
“Não há nenhuma ligação jurídica, estou apenas pedindo voto às pessoas que encontro. Participei de vários programas de educação, esse não é o primeiro. Tenho o maior carinho e respeito pelo Fernando, que está auxiliando o programa em Parnaíba”, salienta.
Já a professora Gleice Alves, coordenadora do Proaja em Parnaíba, conta uma história diferente da relatada pelo Gomes e Martins.
“Fernando entrou em contato com um colega, que me convidou para irmos até a casa [do ex-vereador], pois queria dar início a um programa de nosso interesse. Tivemos uma reunião informal, com somente nós três. Depois aconteceram mais reuniões com outros coordenadores, à época já estávamos levando documentos. Durante uma confraternização no fim do ano, conheci Paulo Martins, apresentado pelo próprio Fernando como um facilitador para desburocratizar as demandas da Secretaria de Educação (Seduc)”, detalha.
Por outro lado, o presidente do Instituto Brasil, Ícaro Gomes, desmente qualquer envolvimento político na organização. Fato é que o Ministério Público Federal (MPF) está investigando o programa por supostamente carrear votos a políticos que estariam ligados ao Proaja.
Nesta quarta-feira (25), você confere que as queixas em relação ao Instituto Brasil e ao Proaja se expandiram a outros municípios do estado, bem como o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte) também formulou denúncia contra as organizações responsáveis pela execução do programa.