16/11/2024

Educação

Gestor de recursos da UFPI afirma que bloqueio orçamentário imposto pelo MEC caiu para R$ 7 milhões

Queda do valor pela metade foi acertada em negociação entre reitor da instituição e o ministro da Casa Civil

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Publicado por: FM No Tempo 15/06/2022, 09:55

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) anunciou, em maio deste ano, um bloqueio orçamentário de cerca de R$ 15,5 milhões imposto pelo governo federal. Em nota divulgada à imprensa, a instituição informou que atuava juntamente à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e parlamentares da bancada federal para normalizar a situação.

De acordo com Ricardo Alaggio, diretor de gestão de recursos da UFPI, não é apropriado chamar o bloqueio de “corte”, uma vez que a medida se caracteriza como uma “suspensão temporária” do desembolso financeiro do Ministério da Educação (MEC).

Diretor da UFPI esclarece cenário do orçamento da instituição (Foto: Teresina FM)

“Todas as instituições federais de ensino foram atingidas, não é a primeira vez que acontece. Passamos pela mesma experiência nos últimos três anos. Nossa preocupação maior é com a contínua diminuição das verbas orçamentárias da universidade, afetadas desde 2017 com a promulgação da lei do teto de gastos”, afirmou ao JT1 da Teresina FM nesta quarta-feira (15).

Nesse sentido, Alaggio destacou uma reunião entre o reitor Gildásio Guedes e o ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (Progressistas), ocorrida na semana passada, durante a qual se costurou uma negociação que garantiu a queda do bloqueio pela metade. Agora, a quantia contingenciada representa apenas R$ 7 milhões.

“Esse valor está abaixo do custeio necessário para um mês de funcionamento na universidade. Além disso, recebemos recursos para financiar os cursos de pós-graduação. Dessa forma, o bloqueio só se tornará maléfico caso perdure por mais dois meses”, salientou.

Diante do retorno às aulas presenciais, marcado para a próxima segunda-feira (20), o diretor assegurou que a UFPI não realizará cortes de pessoal, mas irá priorizar contratações, sobretudo para as áreas de limpeza e segurança interna e externa.

Pórtico da Universidade Federal na zona Leste de Teresina (Foto: Divulgação/UFPI)

“Estamos parados há dois anos, então precisamos contratar mais funcionários. Lembro que no ano passado, em função do corte orçamentário de 18%, tivemos de recorrer à demissão em massa. Nossa expectativa é de que o bloqueio atual acabe no máximo em agosto”, considerou.

Segundo Alaggio, a maior despesa da universidade diz respeito ao pagamento de pessoal, que corresponde a 80% do orçamento. Desde 2020, com o advento da pandemia de Covid-19, a UFPI perdeu cerca de 20% a 30% de recursos, enquanto o custeio total da instituição está avaliado na casa dos R$ 100 milhões.

“Contamos com R$ 2,5 milhões para investimentos, uma quantia irrisória. Mesmo assim evitamos mexer com as bolsas de assistência comunitária e de pós-graduação, extremamente importantes para a comunidade acadêmica, e também temos priorizado o funcionamento do Restaurante Universitário (RU), que retomou suas atividades há quase três meses”, completou.

Confira a entrevista completa no Jornal da Teresina 1ª Edição desta quarta-feira (15):

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