Presidente da entidade critica medida adotada pelo Karnak e destaca que reivindicações da categoria continuam nas salas
A greve dos professores da rede pública estadual, deflagrada há 128 dias, chegou ao fim na quarta-feira (29). Em assembleia geral, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte-PI) decidiu encerrar o movimento grevista mesmo considerando que o governo do Piauí não atendeu às reivindicações da categoria.
Segundo Paulina Almeida, presidente do Sinte-PI, os descontos no contracheque dos trabalhadores, medida adotada pela gestão estadual, foram o principal motivo apresentado pelos educadores para optar pelo retorno às salas de aula.
“Desde fevereiro buscamos a valorização da nossa classe e da própria educação, mas a governadora [Regina Sousa, PT], ao invés de reconhecer nossas demandas, realiza, além dos descontos, a remoção dos profissionais de seus locais de trabalho. Diante dessas arbitrariedades, resolvemos finalizar a greve, mas a luta continua nas escolas”, afirmou ao JT1 da Teresina FM nesta quinta-feira (30).
A representante da entidade sindical apontou ainda que os professores irão negociar com o governo do Estado a devolução do valor descontado durante a paralisação. Paulina garantiu que os docentes pretendem cumprir sua parte no acordo e pagar todas as horas-aula perdidas a fim de completar o calendário letivo, que deve ser estendido até fevereiro de 2023.
“Sempre deixamos claro que tínhamos esse compromisso com os estudantes. Agora é preciso que o governo faça a sua parte e nos devolva parte de nossos salários, bem como promova a volta dos professores removidos as suas unidades de origem”, ressaltou.
Quanto ao reajuste salarial, a presidente do Sinte-PI assegurou que a categoria continuará reivindicando o aumento de 33,23% determinado pelo Ministério da Educação (MEC). As próximas atividades do sindicato devem ser divulgadas em breve por meio de seus canais oficiais.
“Enviamos ainda hoje nosso posicionamento ao Karnak e à Secretaria de Educação (Seduc). Nosso desejo é que tenhamos paz a partir de agora”, complementou.