Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte-PI) e o governo do Estado entraram em consenso na última sexta (1º)
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte-PI) conseguiu acordo para fazer com que o Estado devolva aos professores que estiveram em greve recentemente os valores referentes a descontos salariais por horas não trabalhadas.
O consenso foi conseguido após reunião, na última sexta-feira (1º), entre representantes da entidade e a governadora Regina Sousa (PT). O Sinte-PI informou que os pagamentos começam a ser feitos nesta segunda-feira (4) em folha suplementar.
No dia 20 do mês passado, o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) negou mandado de segurança, impetrado pelo sindicato, contra o desconto nos contracheques dos servidores da rede estadual de Educação que cruzaram os braços.
Na reunião de sexta, também ficou acordado que o Estado vai promover o retorno, para os locais de origem, de todos os docentes que, no período da greve, foram removidos da unidade de ensino onde são lotados.
Os professores da rede pública estadual deflagraram greve em 23 de fevereiro, cobrando do executivo piauiense o reajuste de 33,24%, referente ao novo piso do magistério, nos vencimentos, e o rateio do precatório (R$ 1,6 bilhão) do antigo Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef).
Ainda em dezembro do ano passado a Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) aprovou um reajuste de 10%, proposto pelo então governador Wellington Dias (PT), para todos os servidores do Estado, incluindo os docentes.
Diante da resistência dos professores em aceitar a proposta, a gestão tentou uma última cartada: disponibilizar direto no vencimento 4,58% referentes ao auxílio-alimentação. Sob protestos de vários docentes, a matéria passou pelo crivo do parlamento estadual em março.
Em 13 de abril, o TJ-PI, em decisão assinada pelo desembargador Oton Lustosa, decretou a ilegalidade da greve e estipulou multa diária de R$ 10 mil, em caso de descumprimento da ordem, ao Sinte-PI. Quase um mês depois, em 19 de maio, a Justiça manteve a suspensão do movimento grevista e aumentou a multa para R$ 20 mil.
Após 127 dias, os educadores aprovaram o fim da greve durante assembleia geral realizada em 29 de junho. Com o fim da paralisação, os docentes retornaram às salas de aula no dia seguinte.