O evento aconteceu nesta quinta-feira (28) no plenarinho da Assembleia
Entidades participantes do Programa de Alfabetização de Adultos e Idosos do governo piauiense, o Pro Aja, realizaram, na Assembleia Legislativa do Estado, um ato em favor da manutenção do programa, que foi suspenso por determinação da Justiça Federal. O evento aconteceu nesta quinta-feira (28) no plenarinho da Alepi.
Além de professores e donos de estabelecimentos responsáveis pela execução do projeto, lançado em 2021, participaram do encontro os deputados estaduais Francisco Costa e João de Deus, ambos do PT. Em entrevista à imprensa, eles criticaram a decisão da Justiça que suspendeu o Pro Aja devido à constatação de irregularidades.
“Problemas existem, mas eles podem ser reparados. A gente tem de reconhecer se existe um problema ou outro. É perfeitamente possível que eles sejam reparados. O que não podemos é jogar na lama todo um programa. Precisamos salvar o que há de bom”, destacou João.
Outro que participou foi o ex-secretário de Educação do Piauí Antônio José Medeiros (PT). Ele é responsável por uma empresa, investigada pela Polícia Federal, cadastrada para participar da realização dos serviços do programa de alfabetização.
“Nós já temos 20 mil alunos que fizeram o teste final dos aprovados. Não se pode interromper um programa, no qual há 150 mil pessoas assistindo aula, assim abruptamente. É desrespeitar o direito desses 150 mil alunos. Aqui não está em jogo a burocracia, não é a gestão, é o direito de aprendizagem, garantido na Constituição”, disse ele.
Via redes sociais, o deputado Marden Menezes (Progressistas) fez uma portagem ironizando a manifestação e o Programa de Alfabetização, a quem classificou de “Pro Alma”, fazendo referência ao fato do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) ter apontado a existência de pessoas mortas inscritas no Pro Aja.
“A imagem é do lançamento de um tal movimento pela manutenção do PRO AJA, mais conhecido como PRO ALMA, que aconteceu no plenarinho da Assembleia Legislativa. Não basta desviarem milhões de reais dos precatórios do Fundef usando defuntos e funcionários públicos como se fossem analfabetos, alunos do pseudoprograma; não basta contratarem empresas e entidades, sem licitação, ligadas ao PT, por onde retiram os recursos públicos; não basta uma decisão de Justiça Federal mandando parar com essa imoralidade. Eles ainda tripudiam da inteligência da população, como se fôssemos todos idiotas, manipulados, possivelmente por acreditem na impunidade a qual se acostumaram”, escreveu o parlamentar através do Instagram.
Em sua fala durante o ato, Antônio José Medeiros até cobrou da Secretaria de Educação medidas para melhorar a execução do programa. Segundo o ex-secretário, os recursos direcionados pela pasta não são suficientes para que se faça o acompanhamento dos 340 mil alunos matriculados, só 150 mil desses estão assistindo às aulas e 500 não receberam nenhuma parcela da bolsa de estudos prometida pela Seduc.
Ao todo, 40 entidades participam da execução do Pro Aja, que, segundo o governo do Estado, contempla 340 mil pessoas em todos os municípios piauienses. O projeto é financiado com precatórios do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef), um dos pontos questionados pelo Ministério Público Federal e levado em consideração pela Justiça.
A reportagem da Teresina FM entrou em contato com a Seduc para tratar sobre as críticas feitas por Medeiros ao programa, mas não obtivemos retorno até o fechamento desta matéria. A Procuradoria Geral do Estado (PGE) vai recorrer da decisão que suspendeu o Pro Aja.