Associação de Docentes da instituição revela que governo estadual destinou apenas 70% do orçamento nos últimos seis anos
Matéria de Rodrigo Carvalho
Agência Nordestina de Notícias (ANN)
Essa é a terceira de uma série de cinco reportagens sobre os desafios do futuro governador do Piauí. Na terça-feira (13), você viu que impasses entre o governo do Estado e o Conselho de Saúde adiam a inauguração da Nova Maternidade.
O plano de governo apresentado por Wellington Dias (PT) nas eleições para o governo do Piauí em 2018 trazia no item 2.3 a promessa de investimentos em cursos de pós-graduação na Universidade Estadual do Piauí (Uespi).
No entanto, em nenhuma parte do plano constava outra alocação de recursos para a instituição que carece de tantas coisas, como explica o professor Antônio Dias, coordenador de comunicação da Associação dos Docentes da Uespi (ADCESP).
“O Karnak executou em média, nos últimos cinco ou seis anos, cerca de 68% do nosso orçamento; ou seja, 32% do dinheiro não chegou até nós. Não temos sequer restaurante universitário ou casa estudantil. As bolsas de pesquisa e auxílio financeiro são insuficientes e os salários dos professores estão congelados há quase uma década”, enumera.
O educador lamenta ainda o fato de que as últimas gestões estaduais não tenham garantido a atenção e o investimento necessários de que a Uespi necessita.
“Tivemos, no primeiro mandato de Wellington, dois concursos públicos, além da aprovação do plano de carreira e salários dos docentes. Porém, nos outros três mandatos e na gestão de Wilson Martins [PT, à época PSB], a universidade ficou à mercê dos governantes, com um pires na mão, mendigando recursos aqui e acolá e dependendo de emendas parlamentares”, aponta.
Para a estudante Maria Antônia, a principal reivindicação da universidade diz respeito à autonomia financeira. “Atualmente a Uespi está precarizada e sucateada. Precisamos que o governo nos autorize a decidir internamente, nos espaços próprios de deliberação, a melhor forma de gerir e direcionar a verba destinada à instituição”, enfatiza.
A discente aponta também a carência de uma estrutura melhor, de professores efetivos e até mesmo do básico, como uma biblioteca no campus central Torquato Neto.
“Os prédios são envelhecidos, falta laboratório, biblioteca, corpo docente. As disciplinas que hoje estão descobertas devem ser preenchidas por professores que ganhem para tal, através de concurso público – e não seletivos ou vagas temporárias – e exerçam a pesquisa, o ensino e a extensão”, conclui.
A reportagem da Teresina FM tentou por diversas vezes solicitar uma entrevista com o reitor da Uespi, Evandro Alberto, mas não obtivemos retorno até o fechamento desta matéria.
Na quinta-feira (15), você confere que o Piauí registrou um aumento no número de mortes violentas em 2022 comparado ao mesmo período de 2021, de acordo com o Monitor da Violência.