Lá vem todo mundo de novo.
Os governadores do Nordeste anunciam para quarta-feira(21) uma nova reunião.
Desta vez em Teresina.
O que muita gente se pergunta é o que tanto esses senhores conversam.
Eita povo que bebe!
A Polícia Militar do Piauí, segundo o Diário Oficial, vai gastar 89,2 mil comprando água mineral.
Soldado agora pode reclamar de tudo, menos de sede.
Aviso ao Ministério Público de Contas.
A Secretaria de Turismo do Piauí contratou as bandas Valdo e Felipe e João Veloso pela bagatela de 60 mil reais.
Vão animar os festejos da cidade de Campo Largo do Piauí.
Graças a uma emenda do deputado João Madison.
O Diário Oficial avisa:
O Governo do Piauí já pode pedir empréstimo no valor de 1, 5 bilhão de reais.
Como garantia, pode oferecer cotas de repartição constitucional complementadas pelas receitas tributárias ou outros recursos com idêntica finalidade.
Quem se habilita?
Firmino Filho jogou a toalha.
E finalmente reconheceu que o Inthegra tá mais pra lá do que pra cá.
E até já determinou a contratação de uma consultoria para por o negócio no rumo certo.
Agora vai.
O IBGE tá bem aí para confirmar.
O Piauí tem a maior taxa de subutilização do Brasil.
Nossa média, de mais de 43%, é de longe o dobro da média nacional.
Ai que ódio, mestre Ribeiro!
O carioca Felipe Santa Cruz, o presidente da OAB, vai ganhar um mimo antes mesmo que Bolsonaro conte como morreu seu pai.
Por conta e obra do deputado estadual piauiense Ziza Carvalho, Santa Cruz será cidadão piauiense.
Ziza já apresentou projeto neste sentido na Assembleia Legislativa.
Cento e sessenta e sete anos já se passaram desde que o baiano de Santo Amaro Antônio Saraiva pisou por aqui e resolveu fazer desta chapada cheia de coriscos a nova capital da Província.
Bastaram duas visitas. Na segunda delas Teresina já era capital do Piauí, substituindo a velha e querida Oeiras enfurnada nos cafundós de judas.
Foi, como se pode dizer, amor a primeira vista. Foi olhar e se apaixonar. Aliás, Teresina mantém esse seu feitiço até os dias de hoje. Não há quem resista. Se duvidar tente encarar.
Com o conselheiro Antônio Saraiva, homem influente no Império, foi assim. A história registra que Saraiva teria feito apenas duas viagens a Vila do Poti. Mas foi o suficiente.
Ao retornar para Oeiras ao final da primeira viagem já estava decidido; Oeiras, definitivamente, não tinha condições de permanecer como capital.
Pouco tempo depois arrumava os cochonilhos nos animais para suavizar a dureza das montarias, colocava o sempre cobiçado cofre público numa carroça e subia a serra sem olhar para trás.
Era o adeus definitivo a Oeiras, um adeus assistido por ninguém menos que Manoel de Sousa Martins, o visconde que governou o Piauí por mais de vinte anos. .
Manoel de Sousa Martins nutria profundo ódio ao conselheiro desde sua chegada a Oeiras exatamente por sua intransigente defesa da mudança da capital para um lugar mais arejado.
Tanto que no dia da partida de Saraiva para Teresina teria dito, da janela de seu palácio outrora poderoso: “Este moço é um aventureiro irresponsável, é um criador de cidades”.
O visconde tinha razão.
O visconde estava certo.
O conselheiro José Antônio Saraiva era mesmo um criador de cidade. Era um irresponsável também.
Tão irresponsável que fundou Teresina passando por cima de uma ordem real que desautorizava a transferência da capital.
Mas Saraiva também era um homem inteligente e talvez o visconde não tenha percebido esse detalhe. E o resultado está aí à vista de todos, a nossa acolhedora capital.
Acolhedora e bela.
Cidade verde e cidade menina.
Cidade que há muito saiu da inocência juvenil, mas que ainda teima em ser jovem e pura.
O tempo, infelizmente, nem sempre é leniente com os belos e puros. Não poderia ser diferente com Teresina.
Ao entrar na vida adulta, nossa capital revelou-se uma cidade precoce em problemas.
Revelou-se uma cidade de estruturas tímidas e vacilantes que nem sempre atendem às necessidades de seus filhos.
Teresina hoje é uma cidade insegura e mal falada; seus filhos clamam em vão por uma segurança que nunca chega.
Isso Saraiva realmente não conseguiu prever.
Precisamos de mais solidariedade e de mais amor, mas não podemos depositar tudo isso na conta do senhor conselheiro, esse arretado e irresponsável criador de cidade.
Somos e continuaremos sendo gratos a Saraiva pela cidade com que nos presenteou.
Muito obrigado, coselheiro!
E que Nossa Senhora do Amparo, a nossa padroeira, nos proteja sempre!