Doses doadas são enviadas a países-membros, que serão responsáveis por fiscalizar uso correto. Primeiros a receberem serão seleções da Copa América e times da Libertadores e Sul-Americana
A Conmebol anunciou nesta sexta-feira o início da distribuição das doses de vacina contra a Covid-19, recebidas como doação da fabricante Sinovac. A confederação enviará os lotes às federações nacionais, que terão a responsabilidade de fiscalizar o uso correto das doses destinadas a atletas e membros de comissão técnica e prestarão contas depois à confederação.
De acordo com a Conmebol, os primeiros a serem vacinados serão os membros das equipes que participarão da Copa América, que começará em junho, e dos times que disputam os torneios internacionais do continente – a Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana. Depois, equipes masculinas e femininas da primeira divisão de cada país-membro também receberão doses, assim como árbitros e outros envolvidos na organização dos jogos.
A confederação sul-americana afirma que elaborou um protocolo que “praticamente garante que cada dose tem um nome e sobrenome”, não podendo ser desviada para pessoas que não fazem parte do público-alvo. As doses utilizadas serão registradas junto ao Ministério da Saúde de cada país, para manter o controle relacionado aos programas nacionais de vacinação. E o Departamento de Ética da Conmebol vai monitorar a prestação de contas.
Caso haja sobra, as próprias federações deverão destinar as doses outras pessoas, com aprovação prévia da Conmebol e devida identificação de quem for as utilizar.
Em comunicado divulgado no último dia 22, a Conmebol ressaltou que o lote foi “fabricado especialmente para o futebol sul-americano e que, de nenhum modo, são vacinas destinadas a qualquer outro fim”. A entidade reiterou que “o processo de distribuição dos imunizantes começará nos diferentes países, em estrito cumprimento das normas legais e sanitárias em vigor em cada um deles”. A legislação brasileira veda o uso de vacinas contra coronavírus por entidades privadas.
A CBF precisa de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para receber as doses. O órgão informou que ainda não foi consultado pela Confederação Brasileira de Futebol sobre o tema.
A CBF ainda não se manifestou publicamente sobre a doação de doses pela Sinovac à Conmebol. No entanto, o presidente da entidade brasileira, Rogério Caboclo, já demonstrou interesse em adquirir vacinas, desde que o Congresso libere. A aquisição de imunizantes pela iniciativa privada está em discussão na Câmara dos Deputados.
A doação das 50 mil doses pela Sinovac faz parte de um acordo de exposição do laboratório chinês, que se anuncia como “parceiro oficial de saúde” da Copa América. A Conmebol, porém, reitera que não há uma transação comercial. Como os grandes fabricantes de vacina não negociam com empresas privadas, mas apenas com Estados, a solução encontrada foi uma intermediação do governo do Uruguai, que recebeu as 50 mil doses.
Fonte: GE