Elenco cobra posicionamento do presidente Rubens Gomes, que garantiu passagens para jogadores que residem fora do Piauí
Em meio à pior crise institucional de sua história, o Esporte Clube Flamengo registrou mais uma cena lamentável nesta terça-feira (5). Os jogadores do clube gravaram um vídeo, divulgado pelo site “Tribuna do Nordeste”, no qual denunciam as condições precárias do centro de treinamento em que estão alojados. Assista à gravação mais abaixo.
O elenco do Rubro-Negro, atesta um dos atletas, está há três meses sem receber salário, à semelhança de outros funcionários da instituição. Além disso, não há comida suficiente: em outro vídeo, o plantel revela que a cozinha do CT conta apenas com arroz, feijão e macarrão, em pouquíssima quantidade, que eles precisam dividir entre si.
A principal reivindicação dos jogadores é o pagamento de seus salários a fim de que possam retornar às suas cidades de origem. “Queremos voltar para casa e o presidente não ajuda em nada, nos deixou largados aqui no CT”, se queixa um dos profissionais.
“Independente de não termos conseguido o que queríamos, cumprimos com nossa parte. Tivemos responsabilidade, o que ele não está tendo agora”, aponta outro atleta, referindo-se ao dirigente.
Rubens Gomes, atual mandatário, assumiu o comando do Flamengo-PI em agosto de 2019, sucedendo o ex-presidente Everaldo Cunha. Desde então, especialmente nos últimos dois anos, tem sofrido intensa pressão por parte da torcida diante do caos financeiro e administrativo registrado no clube.
À reportagem da Teresina FM, Gomes esclareceu que cederá passagens a todos os jogadores que residem fora do estado. “Já iniciamos o processo logístico e esperamos resolver essa situação dentro de 24 horas”, informou.
Quanto às reclamações a respeito da alimentação, o dirigente alegou que os atletas fizeram uma “montagem”, no sentido de que exibiram apenas o que lhes convinha. “A alimentação está ok, conta com arroz, carne, macarrão, um cardápio normal para qualquer pessoa”, garantiu.
O Flamengo-PI realizou uma campanha pífia no Campeonato Piauiense de 2022: perdeu 13 das 14 partidas que disputou, somou apenas um ponto e terminou na última colocação, sendo rebaixado à segunda divisão do Estadual.
No ano passado, inclusive, havia sido proibido pela Justiça do Trabalho de disputar competições esportivas em função do acúmulo de dívidas trabalhistas ao longo de uma década. Entretanto, por meio de uma liminar, a equipe obteve autorização para participar de torneios oficiais sob a condição de destinar metade de suas rendas ao pagamento dos débitos.
A decisão favorável, porém, veio um tanto tarde: o Rubro-Negro deu início às atividades de pré-temporada somente em dezembro, quando a maioria dos outros clubes já haviam começado suas preparações meses antes. De lá para cá, dois treinadores pediram demissão, denúncias de falta de estrutura se multiplicaram e houve até mesmo episódios de incêndio no CT do Piauí, cedido ao Fla-PI.
Outra polêmica envolve uma manipulação de resultados supostamente promovida por atletas do elenco, denunciada pelo próprio presidente Rubens Gomes à Polícia Civil, que investiga o caso por meio da Delegacia Especializada de Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e Relações de Consumo (Deccoterc).
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